...dos mesmos criadores de Igaratá 23, Guaranis
Race e OffMap...
Fala galera, a Corrida dos
Eucaliptos bem que poderia ser considerada uma extensão da OFFMAP, isso porque
reunia os requisitos essenciais de uma prova diferente: evento inédito, local
remoto, percurso totalmente “off road”, estradas
de serviço com ladeiras até então praticadas apenas por tratores e caminhões. Dessa
vez os organizadores não guardaram segredo e desde muito cedo já conhecíamos o “esqueleto”
da prova. No entanto, uma coisa permaneceu intacta: a intensidade, isso não
tinha como ser descrito, era preciso que cada um fosse à campo tirar suas
próprias impressões. Ainda na OFFMAP o Renato Cavallieri me alertou: “Se prepara, a prova é dura”. Sem responder, pensei: “quanto pior, melhor”.
O cenário (foto por Ximena Trujillo) |
O evento estava marcado para o dia 19/10/14, um domingo com “forte”
concorrência, já que simultaneamente ocorreria a Maratona Internacional de São
Paulo (e as provas menores agregadas). As inscrições custaram inicialmente R$
120,00 para a distância maior de 21Km e R$ 77,00 para o trecho reduzido de 7Km.
Esses valores sofreram reajustes na medida em que o evento se aproximava (venda
por lotes). Sobre o local escolhido: a Fazenda
Santa Branca, cerca de 100Km de São Paulo, propriedade do Grupo Votorantim,
numa área de aproximadamente novecentos hectares. Pouca gente se deu conta da
altimetria da prova: elevações acima de 900 metros.
Paisagem incrível (foto por Ximena Trujillo) |
Recebi o kit de participação com o aviso
prévio da organização, que, dias antes, soltou uma nota dizendo que a
sacolinha e a camiseta apresentavam qualidade inferior à que fora acordado
com a empresa contratada. A camiseta me agradou (leve, boa para treinar), já a sacolinha
deixou a desejar (o simples manuseio é o suficiente para certificar a limitação
do material). Número de peito, chip descartável, alfinetes, um sachê em pó de
carboidrato e um squeeze fizeram parte do kit. Um passo importante da
organização: opção de retirada do kit em São Paulo (quarta e quinta-feira), em
Santa Branca (no sábado) e na arena do evento momentos ates da prova (isso
abrange as necessidades de cada um).
Estrada de terra (foto por Ximena Trujillo) |
Mas nem tudo é um “céu de brigadeiro”, faço uso deste espaço para criticar
a postura da mesma organização que, desde o início deixou registrado no regulamento
que não estava previsto o serviço de guarda-volumes. Não entrarei em
detalhes, mas penso que é um serviço essencial, já que muitos não possuem
transporte próprio, dificultando a participação no evento, ainda mais se
considerarmos o acesso ao local e todas as peculiaridades que envolvem tal
logística. Seria o mesmo que colocar, em outras palavras, o seguinte informe: “só é possível participar do evento aqueles
que possuírem automóvel, não existe outro meio de guardar os seus pertences, já
que a organização não oferecerá espaço para esse fim”. É lógico que estou
sendo irônico, o Renato Cavallieri,
um dos organizadores, de maneira muito solicita e educada, prometeu incluir o
assunto na pauta de prioridades, visando os próximos eventos.
Essa é a Karina (doida) - amiga que topa qualquer parada! (de corrida!!!) |
Vamos falar de corrida? O horário de verão surrupiou uma hora do meu
sono, mero detalhe para quem estava sem sono por causa da ansiedade (não pela
corrida apenas, mas para não perder a hora – risos). Fui de carona com a Maria Lúcia (popularmente conhecia como
Malú), e mais três amigos dela, que conheci no dia (todos gente boníssima).
Chegamos ao centro de Santa Branca antes das 08h00 (largada prometida para às
09h00). Na cidade, uma movimentação incomum para o local, todos corredores, que
estavam meio “perdidos”. Paramos numa padaria, comprei um Gatorade, conversamos
com várias pessoas e seguimos viagem. Não demorou muito até encontrarmos um “desvio”
na rodovia indicando uma estrada rural com a seguinte faixa: “Corrida dos
Eucaliptos, seguir à direita”.
Tudo começou aqui |
Um calor insuportável, não sei quantos graus os termômetros
registravam, só sei que seria uma corrida sofrível. Estava seco demais, a falta
de chuva não era privilégio só da capital paulista, havia atingido níveis expressivos
ao longo do estado de São Paulo. Para piorar, só o atraso na largada. Muitas
pessoas não haviam retirado o kit, enquanto que outras eram surpreendidas ao
saber que não havia guarda-volumes. Lá pelas tantas, alguém, de forma
aleatória, estava guardando os volumes num galpão próximo, que foi adaptado
para guardar os pertences dos corredores (tudo de improviso). Pois bem, aquele
sol estava judiando a galera, todo mundo procurando se abrigar na sombra. Muitas
pessoas estavam “estreando” nas corridas de montanha, comprovando o grande
crescimento dessa modalidade de corridas.
Antes da prova |
Antes da prova, encontrei os grandes amigos Pedro, Jorge e o Toninho,
além de umas “caras” conhecidas (que conhecia de vista de outros 'carnavais'). Lá pelas 09h30 (ou
mais) foi dada a largada dos 21K (os corredores da distância menor sairiam
quinze minutos depois). Corri com uma cinta de hidratação simples, de uma
garrafa, já que ao longo do percurso haveria abastecimento de água. Ao som de
AC/DC iniciei a minha prova de maneira conservadora, estudando os primeiros
quilômetros. Vi uma galera disparar em ritmo intenso, me segurei para não agir
com o mesmo impulso. Logo de cara uma subida tipo “parede”, eram poucos os que
arriscavam correr, o mais sensato seria caminhar (não pensei duas vezes e
caminhei, mesmo com aquela “explosão de adrenalina” inicial).
Logo na largada |
Foi um sobe e desce intenso, eram subidas que testavam a concentração
de qualquer um, as descidas eram irregulares, com pedras soltas, misturado com
cascalho. Os eucaliptos eram um espetáculo à parte: oferecia sua sombra contra
os malévolos raios solares e instigava a curiosidade dos atletas por suas
trilhas pouco exploradas. A empresa responsável pela cobertura fotográfica foi
a Atmosfera Foto, dois dos seus
fotógrafos se alternavam em alguns pontos do percurso. Não havia marcação de
quilômetro, tentava me guiar pelos postos de hidratação (quilômetros 4, 6, 11 e
17). A água vinha direto de galões, enchi minha garrafinha umas três vezes. A “minha”
prova seguia sem sustos, a paciência me presenteou com ultrapassagens “naturais”,
sem forçar, o meu ritmo constante contrastava com a irregularidade de alguns,
tanto que superei alguns em momentos de caminhada (nas longas subidas).
Cascalho |
Muitas subidas (essa foi leve perto das outras) |
Perto do final, uma estrada aberta (terra batida) deflagrou o meu
cansaço, foi o único momento em que senti desconforto, de certo modo comemorei,
pois se tivesse imprimido um ritmo forte desde o início, teria sentido aquela fadiga
muito antes. Mas não esmoreci, o calor judiava cada vez mais, naquela hora a
sensação era de uns oitenta graus (exagero justificado, já estava tendo
alucinações – risos). Por sorte, o final estava bem próximo, completei com o
tempo de 1h55min. Alguns corredores
atestaram que a prova teve pouco mais de 19Km, não sei ao certo, fato é que,
independente disso, o grau de dificuldade do percurso, somado à temperatura e o
esforço empregado, deu a nítida sensação de uma prova bem mais longa. Senti
falta dos “drones” captando fotos do alto.
Garantindo a foto |
Final complicado |
Recebi a medalha de participação, uma sacolinha com frutas e um pacotinho
“cover” de club social, além de água
de coco servido no copo. Houve a cerimônia de premiação geral e faixa etária
para as duas distâncias. Apenas para melhor ilustrar, alguns números do evento:
aproximadamente 870 corredores, sendo mais de 630 inscritos nos 7Km e pouco
mais de 230 inscritos nos 21Km. Fiquei na 37ª posição na classificação geral, o
que de certa forma me surpreendeu (mesmo sob forte calor, consegui manter um
bom ritmo). Muitos me perguntam se eu corro com tênis específico de trilha ou com
algum equipamento especial, para essa prova de 21K, me equipei da seguinte
forma: uma cinta de hidratação com uma garrafa de 500ml, meia de
compressão, calção e camiseta normais de treino, dois sachês de
gel carboidrato (usei apenas um na prova), tênis de asfalto New Balance
1080V2.
Metros finais |
Linha de chegada |
Retornei à São Paulo em companhia da minha amiga Karina Teixeira (que
havia conhecido na OFFMAP), no caminho muitas risadas das nossas idiotices, o
que era para ser um almoço com a galera num restaurante em Santa Branca, acabou
terminando num lanche no Burger King
na Alameda Santos, em São Paulo (elogio a astúcia da Karina em conseguir duas
casquinhas grátis – risos). Confesso que preferia um almoço daqueles com
bastante carne, arroz, feijão e cerveja, mas o calor inibia o meu apetite (não
à toa foi um dos dias mais quentes das últimas décadas). A Karina também estava
meio “borocoxô” por causa de tanta água de coco que havia tomado, enfim, o
almoço coletivo ficará para uma próxima vez. Nota da produção: teve corrida
feminina de 5K do Mac Donald’s no dia e eu fazendo a Karina “protestar”
comendo no BK (risos).
Cansaço e prazer |
Já em casa, fiquei sabendo que a Maratona de São Paulo também teve
problemas (com água, para variar), apesar de muitas adversidades, muitos amigos
correram e, de maneira heroica, completaram os 42Km (parabenizo especialmente a
Ana Paula e a Edna Miranda). Já ia esquecendo, a Karina pegou pódio na faixa
etária dos 7Km (2° lugar). Ausências sentidas: Andreia Sekine (ganharia fácil os
21K) e a papa-léguas de saias Clausen Colins. De forma geral, foi um
evento muito positivo, os erros servem de alerta para que não ocorra na próxima
edição, isso mesmo, o Rafael Zobaran
garantiu a realização da 2ª Corrida dos
Eucaliptos, em 2015 (detalhe, o cara sofre, tudo para garantir o êxito e a
satisfação da galera). Outro ponto a ser mencionado: o percurso foi muito bem
sinalizado, não havia como se perder ou errar o caminho.
Site oficial do evento: http://www.xcountry.com.br/
De todas as músicas que me acompanharam na prova, segue uma que me inspirou
e resume bem a sensação de correr na Floresta dos Eucaliptos:
AC/DC – Rock N’ Roll Train
__________________________________________
Next Stage: Corrida
Cross Country Clube Campestre Jaraguá (10Km) - 26/10/14
Nossa. .esse dia 19/10 em SP foi sofrido mesmo. .soube de uma galera que correr por aí. .
ResponderExcluirque prova linda..terreno muito legal!
Parabéns pela prova e sua estratégia pensada. E eu comeria tb um pratao de arroz c feijao, mas despensaria a bera! RS
Um abx
Parabéns pela prova! Adorei seu blog! To seguindo =D beijão Luli Cox
ResponderExcluir