Olá
corredores, após uma merecida pausa das provas oficiais (três semanas), mas
preenchida com muito treino, uma meia maratona pelo caminho: esqueçam o
asfalto, os percursos planos, os gradis que delimitam as
áreas correspondentes de um evento urbano, os agentes da CET atuando no trânsito
em detrimento da segurança dos atletas, esqueçam tudo isso e pensem apenas numa
coisa: 21Km de pura aventura! Subidas, descidas, terrenos irregulares, trilhas,
barro a toda sorte, pedras soltas, cascalhos, valas e mais o que possa ser
agravado, tudo para tornar uma prova única e cheia de desafios. Local, data e
hora definidos: Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes, em 22/09/13 com a
largada oficial prevista para as 08h00. Onde tem pirambeira, tem Daniel
Gonçalves na parada! (risos). Que venha O REI DA MONTANHA...(e sobre a propaganda acima, leia-se "EU FUI" - risos.
Com o locutor Maquininha |
A
inscrição foi feita pelo site “Minhas Inscrições”. Lá foi possível escolher o
tipo de kit, o mais simples (obviamente o mais barato) e o kit mais
“caprichado”, com duas camisetas, sendo uma com a manga longa, além de viseira
e outros apetrechos. Adquiri a segunda opção, ao preço de R$ 100,00 (cem
reais), sem qualquer arrependimento, afinal, não foi um valor abusivo. Outro
fator que atraiu muita gente: a variedade nas distâncias. Havia quatro
modalidades: 3K, 7K, 14K e 21K (além do "Reizinho da Montanha - provinha para a gurizada). Uma boa oportunidade para aqueles que sempre
tiveram a curiosidade de participar de uma corrida de aventura. Só não pude opinar sobre o percurso, até então inédito em minha “pequena” lista de lugares
desbravados.
Era só alegria (era!) |
Eu
não estava sozinho nessa encrenca, consegui convencer a minha amiga Carla (a
mesma que esteve na corrida da Base Aérea de Guarulhos) a se inscrever. Ela
estava temerosa e animada (sim, para ela era possível estar assim
simultaneamente – risos), além dela, estiveram conosco sua irmã (que nos
levou até lá, mas não correu) e o Bruno, que não demonstrava nenhuma
preocupação com o que viria pela frente. Muita chuva durante o deslocamento de
São Paulo a Mogi das Cruzes, o mais incrível de tudo isto, foi que não nos
perdemos pelo caminho (risos), chegamos ao local com uma hora de antecedência.
Tínhamos que pegar o kit, havia uma fila enorme, pelo visto quase ninguém havia
retirado na véspera.
Pra foto, tem que sorrir |
Só
para esclarecer, o Bruno optou por correr os 3Km (foi a estreia dele também
nesse tipo de prova), a Carla encarou os 7Km e eu mais uma vez estava listado
no desafio maior (21Km). Pouco antes do início, o locutor Maquininha fez alguns
breves comentários sobre a prova, um deles me deixou completamente “afetado emocionalmente”:
o percurso consistia numa volta completa de 7Km (sete quilômetros), ou seja, eu
teria que correr TRÊS VOLTAS para fechar a meia maratona. Quem me conhece sabe
que eu detesto correr em voltas, são “testes” de paciência que inibem a minha motivação.
Depois de ter passado por situação semelhante na Meia Maratona Ecológica (em
maio deste ano, clique aqui para ler o relato), não queria mais saber desse
negócio maçante de correr em círculos.
A prova exigiu seriedade |
Bom,
já era tarde para arrependimentos, a largada ocorreu pontualmente e lá estava
eu naquele dilema: correr a primeira volta para conhecer (devagar), a segunda
volta para intensificar o ritmo (moderado-rápido) e a terceira volta para
“levar o carro pra casa” (terminar inteiro). Logo de cara uma “parede”, ali a
minha cabeça já encontrava o bico do tênis, de tão íngreme, alguns arriscavam
correr, rendendo-se a caminhada nos metros seguintes. No meu caso, eu ia ao
ritmo da “banda”, corria quando era possível, caminhava quando não restava alternativa.
O numeral de peito era diferenciado por cores, cada cor representava a
distância que o atleta estava inscrito. Da mesma forma que havia subidas
“chatas”, as descidas apareciam em igual proporção, o percurso até que era
interessante.
Na virada para a terceira (e última) volta de 7Km |
Havia
um grupo de pescadores no caminho, acredito que o ambiente agitado pelos atletas
espantaram os peixes – risos. A segunda volta mostrou que não seria nada fácil
os 14Km que ainda restavam. A primeira subida, antes vencida com disposição, já
era encarada com a respiração ofegante, as passadas eram mais lentas, a
cadência já não era a mesma, realmente era um percurso traiçoeiro. Mas como sou
da turma do “quanto pior, melhor”, tentava fazer aquilo de estímulo para
continuar seguindo em frente. Apesar dos primeiros sinais de desgaste físico,
ainda tinha uma boa reserva de energia, os momentos de caminhada “obrigatória”
serviram para atenuar o cansaço.
O proprietário deste blog |
Depois
de completar a segunda volta, poucos atletas permaneceram no percurso, provando
que somente os mais “malucos” estavam nos 21K (inclusive este que vos escreve).
Hora de colocar a “faca nos dentes” e partir para a última parte com toda força
que era possível. Avistei a primeira colocada da meia maratona e juntamente com
outro colega, seguimos juntos por uns três quilômetros, até eles desgarrarem
num ritmo mais forte que o meu. O desafio de encarar três voltas de sete
quilômetros permitiu provar sensações distintas: na primeira volta, estava
descansado e chateado pela repetição do percurso, na segunda estava tenso e
deprimido por ter que subir ladeira por mais uma volta e, no terceiro, me
sentindo forte e com o espírito renovado por estar encarando tudo aquilo de
frente. A corrida causa alguns efeitos inexplicáveis nas pessoas.
Após a prova |
A
distribuição de água funcionou muito bem, pelo menos para mim não faltou água
em nenhum momento, se houve reclamações nesse sentindo, não escutei
nada a respeito. Aquela altura o Bruno e a Carla já haviam terminado e
certamente estavam me aguardando, isso pela segunda vez no dia, não bastasse o
meu atraso para encontra-los pela manhã – risos. Não falei do tempo, né? O
tempo estava “estranho”, nublado com cara de chuva, mas que por alguns minutos
um tímido sol tentou aparecer, sendo encoberto novamente por nuvens escuras.
Para correr estava ótimo, se tivesse chovido seria um cross dos mais radicais. O final foi eletrizante, o cansaço tentava
interromper a minha ascensão, sem sucesso, pois a vontade de cruzar a linha de
chegada era imperiosa. Dessa forma, concluí os 21K com o tempo de 2h04min.
Com a Carla e o Bruno |
A
adrenalina ainda estava alta, cumprimentei vários que estavam ao meu redor, geralmente
quando uma prova difícil é finalizada, todos, meio que por impulso, se
cumprimentam. Havia uma mesa de frutas, além de suco de maracujá sendo servido.
Encontrei o João e a Aparecida Guimarães, casal de amigos que sempre estão
nesses eventos “casca-grossa”. Achei que a medalha poderia ser maior, tudo bem
que o tamanho não diminui o feito conquistado, enfim, as vezes tento policiar a
minha intensa exigência nas coisas. Esperei os resultados oficiais serem
divulgados, no entanto, dificilmente obteria algo “maior” no evento, visto que a minha
categoria era compreendida entre os atletas de 13 a 29 anos (já comentei sobre
isso em postagens anteriores). A carona que a Carla me deu foi providencial
para o sucesso da logística, já que Taiaçupeba/SP é um local remoto, complicado
demais para se pensar em transporte público.
Com a Carla |
Parabenizo
os organizadores, relevo a pane que o site oficial sofreu na semana que
antecedeu a prova (ficou fora do ar de repente, sem maiores explicações). Penso
que o valor cobrado foi justo, dentro de um panorama coerente (duas camisetas),
a rápida divulgação do resultado no site Cronoserv garante a credibilidade e
seriedade do evento e a todos os envolvidos, desde staffs do percurso, do
guarda-volumes e das demais funções corresponderam às expectativas. Foi um
domingo agradável, ao lado dos amigos, pessoas de alto astral, bem humoradas e
dispostas a encarar grandes desafios. Pelo fato de ter sido a estreia deles nas corridas de montanha, tornou-se um momento de grande relevância, o que me deixou duplamente contente: tanto por ter participado desse capítulo e melhor que isso, pelo fato de estar dividindo isso com vocês, leitores do blog.
Medalha (símbolo da difícil conquista) |
Informações
sobre a prova:
Até a próxima!
Ola Daniel,
ResponderExcluirGrande prova. Parabéns pelo ótimo tempo, foi muito bom para uma prova de aventura.
O relato ficou show!
Bons treins campeão! Vamos aguardar o relato dos 25k da Maratona de SP, o meu ja esta no blog.
Abracos.
Marcelo
www.corramais.blogspot.com.br
Fala Marcelo, tudo beleza?
ExcluirAgradeço por ter acompanhado o meu relato, e por falar nos 25K da Maratona, já está no ar! Você tem que participar dessa Meia Maratona, é um desafio e tanto!
Até a próxima!!
Que prova legal Daniel.
ResponderExcluirFiquei interessado em ter um dia de rei tambem rsrs
Tudo bem Luiz?
ExcluirO Rei da Montanha é uma ótima opção para quem busca novos desafios. Bem organizada, exige de você resistência e força para superar os obstáculos. E sem contar a parte mental, que é importantíssima nesse tipo de prova.
Continue acompanhando o blog, estarei em eventos semelhantes!
Que massa essa prova, Parabéns, a medalha é linda.
ResponderExcluirBons treinos
Ju
Olá Ju, tudo bem?
ExcluirVocê precisa participar dessa prova...não sei se já fez corrida de montanha, encare as menores distâncias para se acostumar...e garanto que você nunca mais vai querer ficar de fora dessas aventuras!!!
Um abraço!