sábado, 21 de abril de 2012

[PARTE 1] Aventura na ARGENTINA

Preparativos, o embarque e a chegada à El Calafate
Olá amigos, a partir deste momento tentarei contar em detalhes tudo o que aconteceu nos dias em que estive na Argentina, para participar da Media Maratón del Glaciar (Meia Maratona dos Glaciares). Muitos me perguntaram como eu descobri essa prova e o que me motivou a correr no frio da Patagônia. Pois bem, no ano passado, estive na “Brazil Sports Show” (feira esportiva que ocorreu no ginásio do Ibirapuera entre os dias 11 e 14/08/11), e passeando pelas mais diversas estandes, encontrei o pessoal da XTravel divulgando vários eventos, porém, o que me chamou a atenção foi o grande cartaz divulgando a “Media Maratón del Glaciar”, conversei um pouco com o representante da agência para obter algumas informações. Fiquei bastante interessado quando soube que seria a primeira edição daquela prova, pois nunca havia ocorrido evento naquele lugar e também pelo número limitado a 300 (trezentos) atletas. O tempo passou e eu acabei deixando de lado aquela ideia, logo em seguida tive a contusão no tendão calcâneo (que me tirou das corridas por quatro meses), e assim o ano de 2011 chegou ao fim e alguns objetivos permaneceram no papel. O ano de 2012 começou muito bem, conforme vocês puderam acompanhar nos relatos anteriores, não sentia mais dores, o que para mim significava um sinal de alívio e otimismo para entrar desde o início no calendário das corridas de montanha, além de algumas corridas no asfalto.
Descobri essa prova no ano passado (13/08/11)
Outra novidade foi o ingresso da Academia Bodytech no segmento de corridas de rua, oferecendo uma estrutura para os seus alunos durante os sábados na Cidade Universitária. Passei a fazer parte desse grupo frequentando assiduamente os treinos, tudo sendo acompanhando por pelo menos três profissionais da academia, com uma estrutura para alongamentos e educativos, além do suporte de reposição alimentar (frutas, água, açaí, biscoitos etc.). Devo lembrar a minha feliz e vitoriosa passagem pela “Nova Equipe Assessoria Esportiva”, do treinador Emerson Bisan, onde pude melhorar a minha performance e também fazer boas amizades, em breve farei um texto para agradecer todo o apoio que recebi durante mais de três anos. No final de janeiro, num dia qualquer, navegando pela internet, acessei o site da prova e fiquei “tentado” a realizar a inscrição, entrei em todas as seções do site, até que na página da inscrição, fui clicando, clicando até chegar na ordem de pagamento, pensei por alguns instantes e por fim apareceu a mensagem “Inscrição realizada com sucesso”, a partir daquele momento iniciei o processo de planejamento da viagem.
Agência de viagens que utilizei
Consultei algumas agências de viagem, obtive vários orçamentos, além de alguns contatos telefônicos. A proposta que mais me chamou a atenção, apesar de não ter sido a de menor custo, foi a oferecida pela XTravel, o que pesou em favor disso foi o fato de eu já ter viajado com eles, praticamente não cometem erros (exceto na viagem à Villa la Angostura em 2009, onde algumas informações estavam um pouco desencontradas, aliado à ameaça de greve das empresas aéreas na Argentina, mas no final das contas acabou correndo tudo bem), eles oferecem um amplo serviço de apoio ao cliente/turista, sendo que não precisamos nos preocupar com nada, exceto fazer as malas (risos). A única coisa que não gostei no pacote foi o espaço de seis horas entre o desembarque em Buenos Aires até o horário de conexão para o aeroporto do El Calafate. Aquela situação seria desagradável, pois seria muito tempo ocioso dentro do aeroporto. Bom, de qualquer forma, não seria a primeira vez que passaria por uma situação daquelas, fato idêntico ocorreu no retorno da Itália em 2010.

Passado os trâmites iniciais referentes ao planejamento da viagem, continuei normalmente com os treinos e as provas que estavam marcadas. Os dias foram passando rapidamente, mês após mês, até que finalmente chegou o mês de abril. Com o feriado da semana santa, ficou ainda mais “curto” e bem próximo da viagem. Dias antes do embarque, tive consulta de retorno com o cardiologista, no Hospital HCor, onde recebi as melhores notícias possíveis, que todo o meu sistema cardiovascular estava em perfeitas condições, o mesmo para os exames sanguíneos. Pedi ao cardiologista que escrevesse um atestado constando as minhas plenas condições em participar de uma prova de pedestre (exigência da organização da prova). Tive o privilégio de receber um atestado escrito em espanhol, pois o cardiologista era de origem argentina, ele ficou contente quando falei que ia ao seu país de origem. Esqueci-me de dizer, antes da consulta ao médico, fui até o Shopping Paulista, mais especificamente no Banco Cotação, fazer o câmbio da moeda brasileira (o real) por ‘pesos argentinos’. Atualmente a moeda argentina vale metade do real, isso ocorre por conta da profunda crise que os argentinos enfrentaram na última década e agora dão sinais de recuperação.
Ticket de embarque
O embarque estava previsto para as 05h55min do dia 12/04/12, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica). Pelas regras vigentes, eu teria que estar lá no mínimo com três horas de antecedência, o que me faria “madrugar”. No dia anterior (quarta-feira), fiquei arrumando as malas e assistindo o jogo do São Paulo (vitória por 5x2 contra o Bahia de Feira de Santana), conclusão: fui deitar por volta de 00h40min, a poucas horas de ir ao aeroporto. Mesmo assim, deitei para tirar um cochilo, programei a televisão para ligar as 02h30min. Eis que eu acordei com o telefone tocando, atendi, era o taxista me perguntando se a viagem era mesmo naquele dia, eu confirmei olhando no relógio, eram 03h15min, ou seja, estava atrasado! Com as malas prontas, em menos de dez minutos estava saindo de casa rumo ao aeroporto. Tamanha foi a minha surpresa ao chegar lá: o local estava tranquilo e quase não se via filas e toda aquela confusão que se vê diariamente. Fiz o check-in sem filas, o mesmo ocorreu no detector de metais e no guichê da polícia federal. Sem qualquer tipo de imprevisto, por volta das 05h30min, já estava dentro do avião da Aerolíneas Argentinas. O voo transcorreu tranquilamente, aliás, em pouco mais de duas horas, já estava em território argentino, cujo desembarque ocorreu  num aeroporto mais distante do centro de Buenos Aires (Aeroparque). Peguei a minha mala na esteira, pois seria necessário realizar um novo check-in para o El Calafate.

Voando por cima das nuvens
Permaneci no aeroporto aguardando o embarque por mais de seis horas, escutei músicas, comi um lanche e, por volta das 14h50min estava liberada a entrada no avião. Por não ter me alimentado corretamente, estava com um pouco de dor de cabeça, não via a hora de chegar ao hotel para descansar. Porém, a duração do voo seria de aproximadamente três horas, ou seja, um trajeto mais longo do que o realizado de São Paulo a Buenos Aires. Foi uma das viagens mais difíceis das que eu enfrentei até hoje, pois no assento a minha frente, havia uma criança de colo (aproximadamente um ano e meio) que berrava incessantemente. Não era choro, era “birra” mesmo, não era apenas eu que estava incomodado com aquela situação, outros passageiros também demonstravam chateação com aquilo. Com isso, parecia que a minha cabeça ia “explodir”, pois o que era apenas uma pequena dor de cabeça no ato do embarque, já havia se tornado um incômodo enorme. De qualquer forma, desembarcamos no aeroporto do El Calafate conforme o previsto, por volta das 19h00min. O aeroporto era minúsculo, localizado no meio do “nada”, quem quer que estivesse passando por ali pela estrada, jamais diria tratar-se de um aeroporto, pois o lugar mais parecia com aquelas paradas na beira da estrada (risos), porém, tudo ali era novo e limpo.
Uma cervejinha...
Agora está completo
Assim que peguei a minha mala, um representante da empresa de turismo contratada pela XTravel estava com a famosa plaquinha com o nome “Daniel Goncalves”, aliás, eu não era o único brasileiro que eles estavam esperando. Prontamente entrei na van, pois a cidade de El Calafate ficava a cerca de 80 quilômetros de distância. Assim que cheguei ao hotel “Kosten Aike”, fui muito bem recepcionado com um copo de um suco típico do lugar (não me perguntem o sabor, o que sei é que estava gostoso – risos). Quanto ao hotel propriamente dito, dispensa comentários, vocês poderão conferir nas fotos que postarei. Um detalhe interessante e que gostei muito é o hasteamento da bandeira do país de origem do hóspede em frente a entrada principal do hotel, seria como uma espécie de visita "oficial", onde a pessoa se sente com status de diplomata (risos). E a dor de cabeça? A primeira coisa que fiz quando entrei no quarto foi tomar um comprimido, e permaneci deitado até que a dor cessasse. Em seguida, ainda era 20h30, fui dar uma volta na cidade para me “ambientar” e também encontrar um local para jantar, afinal, só havia comido lanche o dia todo. Conforme eu contei no relato anterior (prévia), a pequena cidade de El Calafate tinha pouco mais de cinco mil habitantes, percebi isso enquanto caminhava, diferentemente de todos os lugares por onde já viajei.
El Calafate
Principal avenida de El Calafate
Para o jantar, optei por comer carne, pedi um lombo com purê de batatas e uma garrafa de Quilmes, cerveja tradicional do país. Depois disso, retornei ao hotel, onde desfiz a mala e tomei um banho. Antes de dormir fui até a sala de computadores do hotel enviar um email para a minha família, avisando sobre a minha chegada. Diferentemente de alguns hotéis que já me hospedei, a internet lá era disponibilizada gratuitamente. Também havia uma mini-academia, com esteira, bike, aparelhos de musculação, além de uma piscina de hidromassagem e sauna. Já passava das 22h00min, não restou muita coisa a fazer a não ser dormir (eu estava mega cansado). Acabei pegando no sono com a televisão ligada, lembro que a última coisa que estava assistindo era o Chapolin Colorado (no idioma original – risos), no canal fechado Cartoon Network.
Café da manhã de sexta-feira (13/04/12)
Almoço no mesmo dia
Acordei por volta das 08h00min e...pasmem, ainda estava escuro! Resolvi sair para treinar um pouco, afinal, precisava conhecer e ambientar com o clima do lugar. A cidade estava às moscas, ou melhor, nem isso, parecia que todos haviam abandonado o lugar (risos). Não estava tão frio, pelo menos não o frio que eu esperava, percorri em ritmo leve por toda a avenida principal, depois entrei em algumas ruas não pavimentadas, até que encontrei uma avenida (cujo nome era uma homenagem póstuma ao presidente argentino Nestor Kirshiner), onde era possível observar uma vista maravilhosa do Lago Argentino, de um azul ímpar, um treino que durou cerca de cinquenta minutos, o suficiente para ter uma boa noção de “espaço” da cidade. Retornei ao hotel, tomei um banho e fui para o merecido café da manhã. Havia uma fartura de opções, acredito que comi de tudo um pouco, pois estava “pagando” (e bem) por tudo aquilo. Não havia nada programado que tomasse o dia inteiro, exceto a retirada do kit da prova, que seria a partir das 14h00min e o Congresso Técnico, marcado para as 19h00min. Após o café, peguei a minha câmera fotográfica e fui registrar algumas fotos. A retirada do kit foi no Hotel Los Alamos, onde seria realizada toda a concentração pré e pós-prova. No local, havia um café e chocolate quente, além de uma variedade de bolinhos, cortesia da organização. O kit continha uma camiseta (uso obrigatório na prova), número de peito, chip descartável, uma garrafa do isotônico Powerade, adesivos da prova e as conhecidas propagandas.
Hotel Kosten Aike
Bandeira do Brasil (eu estava em visita oficial - risos)
Meu quarto
Mais algumas fotos:
Eu e a vista do Lago Argentino
Lago Argentino
Lago Argentino
Lago Argentino
Tranquilidade na pequena El Calafate
Horizonte
Olha eu aí...
Avenida de El Calafate

Encerrarei por aqui a primeira parte do relato, para não ficar uma leitura maçante e cansativa, na segunda parte, contarei tudo sobre o Congresso Técnico e a tão esperada Meia Maratona dos Glaciares (ou das geleiras, como algumas pessoas preferem chamar).

5 comentários:

  1. Oi Daniel,
    Adorei a primeira parte do seu relato sobre a meia. Além das fotos que ficaram muito bonitas. Deve ser muito bom poder aproveitar cada instante da viagem. Ficarei no aguardo da continuação.
    Abraços,
    Dani

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  2. Dan, pelo q notei o azul e a natureza foram suas companhias constantes nessa aventura, melhor que isso só esse café da manhã, rsrsrs
    Mas, cadê o povo??? Cidade fantasma??? Só tinha vc andando pelas ruas??? Bem....vamos aguardar os próximos capítulos...

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  3. Pelo visto foi uma meia bem bacana. Quero ver o resto desta aventura...

    Fábio
    www.42afrente@blogspot.com

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  4. Oi, Daniel. Sempre com boas novidades por aqui! Parabéns pelo espírito de aventura e por compartilhar estas lindas fotos! Esperamos pelo "prato principal" (a meia-maratona) e a "sobremesa"! Por enquanto, só veio a "entrada"! Rsrsrs.

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  5. Olá Daniel, que viagem bacana hein!
    Vim conhecer seu blog. Aqui se respira corrida!! Amo tudo isso.

    abraços
    Vânia
    www.cuidandodocorpo.com

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