Olá amigos, como passaram o
natal? Espero que tenha sido tão bom quanto foi o meu, já que se eu contar
todas as funções que desempenhei, certamente teria sido mais fácil correr uma
prova de 10Km (risos). Fui encarregado de tocar as músicas, uma enorme
responsabilidade, visto que nunca havia feito isso (como agradar a todos?!).
Recorri ao repertório do “flashback”, os anos 70/80 foram muito bem recebidos
pela família, desde “Grease”, “Elton John”, “Elvis Presley”, passando pelo rock
nacional do imortal do mestre “Erasmo Carlos”, “Os Incríveis”, “Paralamas do
Sucesso”, “Titãs”, entre outros tantos hits
que animaram a festa. Paralelamente a isso, também atuei como fotógrafo,
garantindo boas recordações daquele momento. A criançada não ficou de fora,
joguei algumas partidas de futebol no “Xbox 360” com os meus primos (perdi
todos os jogos, realmente parei no tempo em relação aos games – risos). Tudo
acompanhado de duas cervejas que fiz questão de levar: a argentina “Quilmes” e
a uruguaia "Norteña". O papai noel fez uma rápida aparição, entregou os presentes
e seguiu para o Polo Norte (risos). Acho que consegui dar atenção á todos,
não?!
Bom, antes de falar de São
Silvestre, três dias após o natal e imediatamente três dias antes do ano novo,
ocorreu o meu aniversário (28/12), já que o mundo não acabou, consegui chegar a
marca dos 28 anos (cada vez mais perto dos 30 e longe dos 20 – risos). A data
foi legal porque foi a primeira e única vez que completei 28 “temporadas” no
dia 28 (nem sei por que contei isso, é o famoso “conhecimento inútil” – risos).
Sobre a retirada do kit, que começou justo no dia 28, assistindo o noticiário,
fiquei impressionado com a gigantesca fila, ainda mais sob o calor que assolava
a cidade de São Paulo. Retirei o meu kit no sábado, não sei se por um golpe de
sorte, bem no momento em que caiu uma chuva de verão na cidade, não peguei fila
alguma e em poucos minutos já estava com o kit em mãos. Nele, nada de novidade,
a camiseta (igual, igual e igual, sob a estampa “Amphibia”), chip de
cronometragem descartável, número de peito, amostra do café Três Corações,
bombons Montevérgine, amostra de spray para os pés e muitas propagandas.
Outra curiosidade foi o dia
31 ter caído numa segunda-feira, não me lembro de ter participado de uma prova
nesse dia da semana. Não apenas o fato de correr na 88ª Corrida de São Silvestre,
o evento marcaria a minha 10ª participação, algo que merece ser lembrado. Sinal que
aproveitei bem o dia 31 dos últimos dez anos (risos). Outra novidade foi por
conta do horário da largada: 09h00 (pasmem, pela primeira vez na história a
prova com largada oficial no horário matutino). Ao longo dos anos, a São
Silvestre tem escrito capítulos curiosos na história, já foi de madrugada, já
ocorreu em horário quebrado (16h47, por exemplo), já teve medalha entregue
junto com o kit antes da prova, já teve percurso alterado (a de 2011 foi a mais
emblemática), já ocorreu sob sol forte, por vezes com chuva torrencial, isso
sem contar as centenas de participantes trajados com as mais improváveis
fantasias. A corrida de São Silvestre é um evento festivo, hoje conta com a
marca de 25 mil participantes regularmente inscritos (sem contar os não
inscritos).
A largada geral ocorreu as
09h00 (antes disso teve a corrida dos cadeirantes, atletas com deficiência e a
elite feminina). O guarda-volumes ficou bem localizado, em vários ônibus, numa
rua paralela à Avenida Paulista, não peguei filas, e tudo funcionou sem
problemas. A largada foi uma verdadeira romaria, levei mais de 20 minutos para
cruzar o pórtico principal onde estavam localizados os suportes de
cronometragem. Não posso deixar de citar a presença da Patrícia, amiga de todas
as horas, além de me “aguentar”, me dá bons conselhos quando mais preciso. Foi
a segunda vez que corremos juntos, a primeira vez ocorreu na edição de 2010. O
percurso mais uma vez deixou de fora a Rua da Consolação, seguimos direto para
o Pacaembu, numa descida com inclinação discutível para os padrões de
participantes que compõem o evento. Ao passar em frente ao estádio do Pacaembu,
na tradicional avenida que leva o mesmo nome, me senti correndo no Circuito das
Estações (risos). Até ali, tudo muito truncado, por incrível que pareça, ainda
ultrapassava pessoas caminhando (alguns correm muito forte no início e cansam depois).
Havia segurança da Polícia
Militar em todo o percurso, um policial a cada pelo menos 200 metros (ou
menos), garantindo a normalidade do evento. A temperatura revelou-se um
verdadeiro “camaleão”, pois o dia anterior terminou chovendo e com o céu todo
encoberto, cenário que me fez preparar um tipo de roupa para correr. Já no dia
seguinte, ainda com o tempo “borocoxo”, optei por correr com calça, porém, o
tempo mudou num piscar de olhos e aquele mormaço que vem atuando nos últimos
meses voltou a ser o protagonista da festa. Sei que o calor “pegou” firme mesmo
quando atingimos o Viaduto Rudge, ainda na metade da prova. A distribuição de
água foi eficaz para mim, pelo menos tinha água nos momentos em que fiz uso do
serviço, mas ouvi comentários de pessoas reclamando que não havia mais em
determinados postos. A São Silvestre é um evento impossível para melhorar
tempos, se você quiser ter um dia agradável, vá com o espírito festivo, senão,
passará nervoso (quilometro 10 e eu ainda ultrapassava pessoas caminhando).
Percurso: alvo de críticas (Fonte: Folha Online) |
Considero o momento mais
divertido da prova quando atingimos o centro velho, passando pela Avenida
Ipiranga, Largo Paissandu, Viaduto do Chá, Rua Libero Badaró, já que são raras
as vezes que temos a oportunidade de passar por ali num evento esportivo. A
Avenida Brigadeiro Luis Antonio já virou lenda entre os corredores, pois
trata-se do trecho final da prova e, por ser em subida (eu diria “inclinação”
mediana), é o tema mais comentado quando o assunto é sobre “São Silvestre”.
Para mim, existe mais mito do que realidade, quando fala-se da dificuldade
dessa avenida. Não deixa de ser uma subida, porém, ocorre em ondulações
intervaladas e um nível mediano de dificuldade, onde qualquer pessoa que treina
regularmente pode percorrê-la sem grandes problemas. De qualquer forma, por ser
no final, após mais de treze quilômetros percorridos, deixo o “caminho aberto”
para a minha opinião ser questionada (risos). A corrida foi muito elogiada por
ter sido transferida para o período da manhã (pelas razões mais plausíveis do
mundo), porém, penso que isso a fez sair do status “plano superior” para
igualar-se às provas de ruas que acontecem rotineiramente nesse horário.
Terminei com o tempo líquido
de 1h22min (nada mal para quem correu em ziguezague ao melhor estilo
“peregrinação esportiva” – risos). Como prêmio, uma belíssima medalha, além do
já conhecido kit pós prova da Yescom (para não tornar repetitivo, não reclamo
mais). No percurso, gostei da ideia de distribuir Gatorade em sachês, melhor do que em copos abertos, ainda sim penso
que o chão fica escorregadio com os restos desse isotônico. Escutei reclamações
sobre a dispersão e entrega das medalhas, nesse quesito não encontrei
dificuldades, para mim foi bem sinalizado, a direção dos atletas no pós-prova,
inevitavelmente, desembocaria no corredor da entrega das medalhas. A São
Silvestre não é um evento comum, existem pessoas que correm e pessoas que não
correm, por isso algumas reclamações são, até certo ponto, relevadas. Encontrei
alguns amigos do trabalho e das corridas, joguei conversa fora enquanto
esperava a minha amiga Patricia, que já estava bem perto de terminar a prova
(constatei isso porque telefonei para ela – risos).
Nas linhas a seguir, farei
algumas reflexões sobre a corrida, também exporei minha opinião, já que vi
muitas coisas ao longo dessas dez participações e penso que é um evento muito
valioso para a história da cidade, mas conduzido de uma maneira pouco
habilidosa pelos organizadores. Desaprovo as medidas de alteração do percurso,
tem ano que excluem a chegada na Avenida Paulista (2011), no ano seguinte volta
a ser como antes. Tiraram do percurso a Rua da Consolação, incluíram a instável
Rua Major Natanael, enfim, nos últimos anos abduziram até o Elevado Presidente
Costa E Silva (minhocão) que, apesar de ser uma obra degradada, não deixa de
ser um símbolo da cidade. Essas constantes mudanças não são boas, pois coloca
em cheque a credibilidade do evento, cria-se muitas dúvidas e a organização
passa a ser questionada a todo instante. Não quero usar a palavra
“incompetência”, mas admito que está muito difícil pensar de outra forma, pois
tenho a nítida impressão de que tem ocorrido um equívoco atrás do outro.
Isso para não lembrar o
episódio da medalha que foi entregue junto com o kit de participação, antes da
prova. Na ocasião, eu “concordei”, pois sabia que aquela seria a única edição na
história da prova que tal situação aconteceria. Foi uma ideia que jamais iria
para frente, e o tempo confirmou isso. Podem justificar como quiser, mas
medalha é apenas para quem a conquista, não para quem a compra (inscrever-se na
prova garante o direito de receber a medalha ao final, não uma garantia obrigatória para a pessoa que não completar). Foi um assunto muito contundente
à época, fui muito criticado por concordar com o argumento da organização
(garantir que a pessoa devidamente inscrita receba, evitar que terceiros –
pipocas – eventualmente recebam indevidamente na bagunça da dispersão).
Resumindo: atestado de incapacidade para os organizadores do evento. As
“inovações” não pararam por aí.
Tivemos na última edição a
mudança mais “sentida” por todos: a alteração do horário da largada, do
tradicional final de tarde, para o horário “padrão” de provas de rua, ou seja,
o período da manhã. É bem verdade que a maioria dos corredores, inclusive esse
que vos escreve, gostou da medida, seja pela temperatura, seja pelo horário
mais acessível, considerando ser o último dia do ano ou mesmo por ser um evento
que estava esbarrando com o público que costuma passar a Virada do Ano na
Avenida Paulista. Ao entrar no horário matutino, conseguiu-se resolver vários
problemas, nisso eu cumprimento a organização (enfim, acertaram!). Mas sei que
tudo gira por imposição dos patrocinadores másters e pelos interesses de
transmissão, já que é um evento transmitido ao vivo. Por pagar um determinado
valor pelos direitos sobre o evento, sei que essa prova pode mudar de horário
novamente, de acordo com os interesses do momento da rede de televisão
detentora. Já pensou se na próxima edição a largada ocorrer às três horas da
manhã? Tudo é possível! (risos).
Sobre a qualidade da
camiseta oferecida, a São Silvestre continua pecando nesse quesito, enquanto
outras provas, de menor potencial, apresentam marcas consagradas no meio
esportivo, como Asics, Adidas e Nike, ainda somos obrigados a vestir um tecido
tão pobre e produzido a um custo superfaturado (pois não vejo onde uma prova
dessa mereça custar R$ 120,00). Depois de receberem um “caminhão” de críticas,
a organização mobilizou-se e passou a oferecer uma medalha condizente com a
tradição do evento. Um momento trágico, que ocorreu nessa São Silvestre, foi a
morte do atleta-cadeirante Israel Cruz, que se chocou contra um muro do Estádio
do Pacaembu. Entramos na questão da segurança do evento, muito delicada e pouco
observada, a segurança não se restringe apenas contra a ação de bandidos ou
veículos desordenados, tem que ser levado em consideração todo o espaço
reservado para a prática esportiva, pois também estamos falando da integridade
física do atleta na corrida em si. São pessoas comuns, nem sempre possuem a mesma orientação a
respeito dos obstáculos, por isso a organização deve apresentar todas as
garantias para que o seu “cliente” seja respeitado e preservado.
Por tudo o que eu citei, é
fácil compreender porque a São Silvestre vem perdendo prestígio, afastando cada
vez mais a presença dos atletas internacionais. Nessa última edição, contamos
com uma esvaziada disputa, a prova contou com o time “B” do Quênia, os
brasileiros cada vez mais escassos entre os primeiros. E para finalizar, me
convenço que aumentar o número de inscritos vai acarretar mais discórdia do que
aprovação. A festa pode ser bonita, mas um evento com 25 mil pessoas (ou 30
mil, como anunciam para 2013), certamente gerará mais confusão, pouca corrida e
muita frustração por parte de todos. Prefiro que seja chamada de “Caminhada de
São Silvestre”, assim não surpreenderá ninguém que comparecer no dia 31/12. Se
eu falar que a São Silvestre precisa de reformas em caráter emergencial para
fins definitivos, irei contra a minha própria opinião, explanada linhas acima
neste relato, quando afirmei que muitas mudanças são prejudiciais para a
credibilidade e confiança do produto oferecido. Portanto, na atual conjuntura,
seria melhor deixar as coisas como estão, mesmo que ainda esteja longe do ideal.
Amigos, o texto ficou longo,
não é? Espero que não tenham mudado de página ou cochilado à frente do meu
texto, prometo que já está acabando (risos). Para 2013, espero manter o bom
ritmo de treinos, a academia que frequento, Bodytech Vila Olímpia, está
passando por reformas e promete entregar uma mega estrutura nos próximos meses.
Tenho alguns projetos engavetados (desafios, para variar), que pretendo colocar
na pauta para este ano. Garanto que não faltarão belas paisagens, um apanhado
de provas legais e muitas histórias para contar. Continuem visitando o blog,
garanto que boas surpresas virão pela frente! O próximo relato será sobre a
Corrida de Aniversário da Cidade de Paraisópolis/MG, que ocorrerá no dia
20/01/13, pela quarta vez consecutiva marcarei presença
na prova, que faz parte da minha “pré-temporada”. Começar o ano esportivo por
essa cidade mineira me agradou tanto, que tenho feito um esforço enorme para
comparecer.
Desejo a todos um Feliz
2013, com muitos quilômetros pela frente, seja correndo, caminhando, de bike,
nadando...enfim...que o esporte tenha sempre um espaço na vida de vocês!
Parabêns Daniel pela prova, é uma pena uma prova tão cheia de Tradição como A São Silvestre estar se degradando dessa forma, a triste história do cadeirante que faleceu na prova, mostra bem essa cena de desrespeito da Yescon para com a galera que corre e paga diga-se de passagem bem caro por uma prova que acho que de valor mesmo só ficou a tradição, Bons treinos, ótimo ano , abr.
ResponderExcluirMagnificas palavras ... e sensacionais fotos ... e super tempo !!!
ResponderExcluirEu fui mesmo para me superar ... após quase quatro meses de estaleiro ... fiquei muito feliz por concluir a prova !!!
Grande Abraço e Sucesso em 2013 !!!
http://porqueeucorro.blogspot.com.br/
Muito bom, texto longo e bem detalhado, essa é uma das coisas que temos a comemorar além de mais um ano de desafios e outros tantos pela frente! Parabéns sempre!
ResponderExcluirOie Dan!!
ResponderExcluirSimplesmente bacana demais o seu relato na 88ª Silvestre!!!
PARABÉNS por mais essa corrida importante do cenário internacional!!!
A foto com o Buzz ficou engraçada!! rsss
Bjos
Carmen Alícia
Parabéns pelo feito, gostou do percurso?
ResponderExcluirOi Daniel,
ResponderExcluirParabéns pelo texto, como sempre muito rico em detalhes e informações importantes aos seus amigos corredores.
Concordo com você a respeito da organizadora desta prova. Eles realmente tem muito o que aprender. Se continuarem desta forma, nunca conseguirão realizar um evento decente e seguro aos corredores. Eles precisam aprender muito com as provas de fora do Brasil. Se querem ter um evento grandioso, então que tomem providências e realizem mudanças radicais. Largada em ondas que realmente sejam respeitadas seria um passo inicial a isso, sem citar muitos outros fatores que você mencionou, como percurso, kit, etc.
Gostaria de desejar a você um excelente 2013, com muito sucesso nos novos desafios. Gosto muito de acompanhar seu blog e ler seus textos. Parabéns mais uma vez! Quem sabe a gente não se esbarra em alguma corrida por aí!
Beijos
Dani
Fala Daniel muito bom o seu relato falando da SS do ano passado parabéns meu amigo...Na foto com a Patricia que vc chama a loura de Barbie ela se chama Fabiani Dutra conheço ela pessoalmente és uma grande amiga gaucha que mora ai em SP, mas sempre está correndo no Rio também.
ResponderExcluirBoa semana e bons treinos,
Jorge Cerqueira
www.jmaratona.com