Olá amigos, antes de mais
nada quero avisar que o blog não está abandonado (por mais evidente que isso
pareça). Estou passando por uns probleminhas “técnicos” (musculares para falar
a verdade) e isso vem me incomodando nas últimas semanas. Confesso que a
motivação para escrever ficou em sexto plano, no entanto, não posso deixar de
relatar a agradável corrida na cidade de Paraisópolis, em Minais Gerais, que
aconteceu no dia 20 de janeiro de 2013. Vale lembrar que foi a minha quarta
participação (e consecutiva), nesse evento, que contou com a presença do meu
amigo Rubens, estreando em corridas fora do estado de São Paulo.
A cidade de Paraisópolis
está localizada no sul de Minas Gerais, é também conhecida por ser a chegada da
Ultra Maratona BR 135, nada menos que a distância de 217Km em 3 dias, a serem
percorridas pelas mais difíceis montanhas mineiras. No meu caso, a prova em
questão é bem mais modesta: 15Km entre ruas, estradas vicinais e a rodovia que
dá acesso à cidade. Muitos me perguntam: “Daniel,
por que você corre todo ano em Paraisópolis?”. É uma cidade com
aproximadamente vinte mil habitantes, de uma simplicidade ímpar, com pessoas
hospitaleiras e com belas paisagens. Depois de adiar algumas vezes, o meu amigo
Rubens confirmou presença na prova. Junto com ele, trouxe mais dois amigos, o
Marcos e a Rosa, que toparam conhecer Paraisópolis.
Compramos a passagem para o
sábado, véspera da prova. A saída do ônibus no Terminal Rodoviário Tietê estava
marcada para as 15h30, naquele momento uma chuva torrencial cobria a cidade de
São Paulo. O Sr. Antônio, pai do Rubens, nos levou até a rodoviária. O Marcos e
a Rosa compraram passagem para o mesmo horário, portanto, o que tornou tudo
mais prático. A viagem durou pouco mais de três horas, contando uma parada de
quinze minutos em São José dos Campos. Contei a eles que Paraisópolis é uma
cidade com temperatura alta, no entanto, fui “desmentido” pela natureza, pois
ao chegarmos o que se via era o oposto, já que chovia muito. Mas isso não tirou
o bom humor deles. Pegamos um táxi e em menos de cinco minutos já estávamos na “Pousada
da Praça”.
Devido a realização da ultra
maratona, a pousada estava lotada, com isso fomos encaminhados para a
residência da Dona Rosa, onde possui muitos quartos e quase sempre hospeda as
pessoas (no meu caso, pela terceira vez – risos). Guardamos as malas nos
quartos e fomos procurar um local para jantar, não foi difícil, encontramos o
restaurante “Coisa & Tal”, conhecido na cidade. Conversamos muito sobre
corridas, objetivos e experiências que esse esporte nos proporcionou ao longo
dos anos. Havia também outros corredores jantando, um grupo enorme (provavelmente
da ultra maratona) e um japonês solitário em outra mesa (que mais tarde
descobrimos que também ia correr a mesma prova e que estava hospedado no mesmo lugar). Pedimos pizza, resolvi
experimentar a especialidade da casa, o que me causou um arrependimento
“parcial”, pois estava muito apimentada, não queria que esse consumo me
atrapalhasse no dia seguinte.
E a conversa estava tão boa
que permanecemos no restaurante por muito tempo, ainda mais porque depois das
22h00 teve música ao vivo, onde covers de bandas de rock nacional e
internacional foram tocados. Não consegui ficar só no refrigerante e parti para
a cervejinha (risos). Ao sairmos de lá, por volta das 23h30, a chuva já havia
cessado, aumentando ainda mais a expectativa para o dia seguinte. Paramos por
alguns instantes para acompanhar a movimentação do pessoal da ultra maratona,
muitos atletas ainda estavam correndo. As vezes fico pensando como seria correr
mais de duzentos quilômetros, algo fora da minha realidade atualmente. Outro
ponto que chama a atenção da cidade é a tranquilidade do local, não se ouve o
barulho ininterrupto de motos, carros, caminhões e qualquer outra coisa que
provoque incômodo.
O domingo amanheceu da
melhor maneira possível, temperatura agradável, com um sol “tímido”, o fato de
ter chovido no dia anterior contribuiu muito. A retirada do kit de participação
estava tranquila, peguei a camiseta regata na cor azul,
além do número de peito e chip descartável (e não é que a tecnologia chegou à
Paraisópolis?). Aos poucos os corredores foram chegando, na relação de
inscritos um número próximo aos duzentos atletas, o que mostra que o evento tem
crescido consideravelmente nos últimos anos. Lembro que em 2010 havia apenas 72
(setenta e dois) participantes. A largada estava marcada para as 09h00.
Encontrei alguns amigos, entre eles o Fábio Namiuti e o Atelmo Assis, o popular
“Zebra”, pessoas que não via há algum tempo. Usei a corrida como treino,
visando uma boa preparação para o início do ano.
A largada aconteceu
pontualmente, seguimos pelas ruas da cidade, até atingirmos a rodovia, de lá
percorremos cerca de um quilômetro até entrarmos numa estrada de terra. Nesse
momento, o que considero o mais bacana da prova, o sol já dava sinais da sua
forte presença e era um componente a mais para ser vencido. Não tive problema
com os postos de água, que estavam bem visíveis e correspondeu às expectativas.
Após subidas e descidas pelos caminhos vicinais, retomamos a rodovia de acesso
à cidade. Ali, o sol já consumia o asfalto, os atletas diminuíram a velocidade
e muitos se rendiam ao cansaço e optavam por caminhar. Eu estava com as pernas
pesadas, muito pelo recomeço da temporada, porém, não caminhei em nenhum
momento.
O final, pelas ruas da
cidade, foi muito divertido, os moradores acompanhando e incentivando os
corredores, além das ruas estarem em perfeito estado (no ano passado estava em
reformas). Finalizei os 15,6Km com o tempo de 1h15min, chegando na 86ª posição.
Um fato inédito aconteceu, nos meus quase doze anos nas corridas: assim que
cruzei a linha de chegada fui imediatamente cumprimentado pela prefeita da
cidade, que me parabenizou e me agradeceu pela visita á Paraisópolis. Ela fez o
mesmo gesto com todos os corredores, sem exceção, achei de uma cordialidade sem
igual e, sem pensar em fins políticos, é uma atitude nobre e receptiva, ainda
mais vindo da mais alta autoridade do lugar. Um exemplo a ser seguido.
Os meus amigos adoraram a
prova e estão animados para retornar em 2014. Recebi uma bela medalha, além da
grande recepção de frutas (maçã, melancia e banana). Havia também os representantes
da Red Bull, distribuindo energéticos
gratuitamente aos atletas antes e depois da prova. Antes de retornar à casa da
Dona Rosa, paramos para tomar um açaí, outra especialidade do lugar. Infelizmente
não pudemos permanecer mais tempo, já que a partida do ônibus rumo a São Paulo
estava prevista para as 12h30. O retorno foi tranquilo, dormi praticamente a
viagem inteira, mas o melhor disso foi conhecer novos amigos, situação que as
corridas proporcionam.
No meu próximo relato
contarei como foi a 1ª etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha, em
Mairiporã, o meu artigo dessa prova já foi publicado no site www.corridasdemontanha.com.br.
No entanto, aqui no blog ainda é inédito (risos). Ainda contarei o episódio da
minha contusão, o que me afastou das corridas no último mês.
Até a próxima!
Dan, eu relato sempre tão detalhado, nos faz sentir presente, muito bom! Agora, me fala, só podia ser com vc hein, até prefeita da cidade te cumprimentando, kkkk, adorei!!! E se cuida, assim logo,logo de volta as pistas e aos relatos! bjs
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