sábado, 2 de novembro de 2013

[EU FUI] O Rei da Montanha – Taiaçupeba 2013


Olá corredores, após uma merecida pausa das provas oficiais (três semanas), mas preenchida com muito treino, uma meia maratona pelo caminho: esqueçam o asfalto, os percursos planos, os gradis que delimitam as áreas correspondentes de um evento urbano, os agentes da CET atuando no trânsito em detrimento da segurança dos atletas, esqueçam tudo isso e pensem apenas numa coisa: 21Km de pura aventura! Subidas, descidas, terrenos irregulares, trilhas, barro a toda sorte, pedras soltas, cascalhos, valas e mais o que possa ser agravado, tudo para tornar uma prova única e cheia de desafios. Local, data e hora definidos: Taiaçupeba, distrito de Mogi das Cruzes, em 22/09/13 com a largada oficial prevista para as 08h00. Onde tem pirambeira, tem Daniel Gonçalves na parada! (risos). Que venha O REI DA MONTANHA...(e sobre a propaganda acima, leia-se "EU FUI" - risos.

Com o locutor Maquininha
A inscrição foi feita pelo site “Minhas Inscrições”. Lá foi possível escolher o tipo de kit, o mais simples (obviamente o mais barato) e o kit mais “caprichado”, com duas camisetas, sendo uma com a manga longa, além de viseira e outros apetrechos. Adquiri a segunda opção, ao preço de R$ 100,00 (cem reais), sem qualquer arrependimento, afinal, não foi um valor abusivo. Outro fator que atraiu muita gente: a variedade nas distâncias. Havia quatro modalidades: 3K, 7K, 14K e 21K (além do "Reizinho da Montanha - provinha para a gurizada). Uma boa oportunidade para aqueles que sempre tiveram a curiosidade de participar de uma corrida de aventura. Só não pude opinar sobre o percurso, até então inédito em minha “pequena” lista de lugares desbravados.

Era só alegria (era!)
Eu não estava sozinho nessa encrenca, consegui convencer a minha amiga Carla (a mesma que esteve na corrida da Base Aérea de Guarulhos) a se inscrever. Ela estava temerosa e animada (sim, para ela era possível estar assim simultaneamente – risos), além dela, estiveram conosco sua irmã (que nos levou até lá, mas não correu) e o Bruno, que não demonstrava nenhuma preocupação com o que viria pela frente. Muita chuva durante o deslocamento de São Paulo a Mogi das Cruzes, o mais incrível de tudo isto, foi que não nos perdemos pelo caminho (risos), chegamos ao local com uma hora de antecedência. Tínhamos que pegar o kit, havia uma fila enorme, pelo visto quase ninguém havia retirado na véspera.

Pra foto, tem que sorrir
Só para esclarecer, o Bruno optou por correr os 3Km (foi a estreia dele também nesse tipo de prova), a Carla encarou os 7Km e eu mais uma vez estava listado no desafio maior (21Km). Pouco antes do início, o locutor Maquininha fez alguns breves comentários sobre a prova, um deles me deixou completamente “afetado emocionalmente”: o percurso consistia numa volta completa de 7Km (sete quilômetros), ou seja, eu teria que correr TRÊS VOLTAS para fechar a meia maratona. Quem me conhece sabe que eu detesto correr em voltas, são “testes” de paciência que inibem a minha motivação. Depois de ter passado por situação semelhante na Meia Maratona Ecológica (em maio deste ano, clique aqui para ler o relato), não queria mais saber desse negócio maçante de correr em círculos.

A prova exigiu seriedade
Bom, já era tarde para arrependimentos, a largada ocorreu pontualmente e lá estava eu naquele dilema: correr a primeira volta para conhecer (devagar), a segunda volta para intensificar o ritmo (moderado-rápido) e a terceira volta para “levar o carro pra casa” (terminar inteiro). Logo de cara uma “parede”, ali a minha cabeça já encontrava o bico do tênis, de tão íngreme, alguns arriscavam correr, rendendo-se a caminhada nos metros seguintes. No meu caso, eu ia ao ritmo da “banda”, corria quando era possível, caminhava quando não restava alternativa. O numeral de peito era diferenciado por cores, cada cor representava a distância que o atleta estava inscrito. Da mesma forma que havia subidas “chatas”, as descidas apareciam em igual proporção, o percurso até que era interessante.

Na virada para a terceira (e última) volta de 7Km
Havia um grupo de pescadores no caminho, acredito que o ambiente agitado pelos atletas espantaram os peixes – risos. A segunda volta mostrou que não seria nada fácil os 14Km que ainda restavam. A primeira subida, antes vencida com disposição, já era encarada com a respiração ofegante, as passadas eram mais lentas, a cadência já não era a mesma, realmente era um percurso traiçoeiro. Mas como sou da turma do “quanto pior, melhor”, tentava fazer aquilo de estímulo para continuar seguindo em frente. Apesar dos primeiros sinais de desgaste físico, ainda tinha uma boa reserva de energia, os momentos de caminhada “obrigatória” serviram para atenuar o cansaço.

O proprietário deste blog
Depois de completar a segunda volta, poucos atletas permaneceram no percurso, provando que somente os mais “malucos” estavam nos 21K (inclusive este que vos escreve). Hora de colocar a “faca nos dentes” e partir para a última parte com toda força que era possível. Avistei a primeira colocada da meia maratona e juntamente com outro colega, seguimos juntos por uns três quilômetros, até eles desgarrarem num ritmo mais forte que o meu. O desafio de encarar três voltas de sete quilômetros permitiu provar sensações distintas: na primeira volta, estava descansado e chateado pela repetição do percurso, na segunda estava tenso e deprimido por ter que subir ladeira por mais uma volta e, no terceiro, me sentindo forte e com o espírito renovado por estar encarando tudo aquilo de frente. A corrida causa alguns efeitos inexplicáveis nas pessoas.

Após a prova
A distribuição de água funcionou muito bem, pelo menos para mim não faltou água em nenhum momento, se houve reclamações nesse sentindo, não escutei nada a respeito. Aquela altura o Bruno e a Carla já haviam terminado e certamente estavam me aguardando, isso pela segunda vez no dia, não bastasse o meu atraso para encontra-los pela manhã – risos. Não falei do tempo, né? O tempo estava “estranho”, nublado com cara de chuva, mas que por alguns minutos um tímido sol tentou aparecer, sendo encoberto novamente por nuvens escuras. Para correr estava ótimo, se tivesse chovido seria um cross dos mais radicais. O final foi eletrizante, o cansaço tentava interromper a minha ascensão, sem sucesso, pois a vontade de cruzar a linha de chegada era imperiosa. Dessa forma, concluí os 21K com o tempo de 2h04min.

Com a Carla e o Bruno
A adrenalina ainda estava alta, cumprimentei vários que estavam ao meu redor, geralmente quando uma prova difícil é finalizada, todos, meio que por impulso, se cumprimentam. Havia uma mesa de frutas, além de suco de maracujá sendo servido. Encontrei o João e a Aparecida Guimarães, casal de amigos que sempre estão nesses eventos “casca-grossa”. Achei que a medalha poderia ser maior, tudo bem que o tamanho não diminui o feito conquistado, enfim, as vezes tento policiar a minha intensa exigência nas coisas. Esperei os resultados oficiais serem divulgados, no entanto, dificilmente obteria algo “maior” no evento, visto que a minha categoria era compreendida entre os atletas de 13 a 29 anos (já comentei sobre isso em postagens anteriores). A carona que a Carla me deu foi providencial para o sucesso da logística, já que Taiaçupeba/SP é um local remoto, complicado demais para se pensar em transporte público.

Com a Carla

Parabenizo os organizadores, relevo a pane que o site oficial sofreu na semana que antecedeu a prova (ficou fora do ar de repente, sem maiores explicações). Penso que o valor cobrado foi justo, dentro de um panorama coerente (duas camisetas), a rápida divulgação do resultado no site Cronoserv garante a credibilidade e seriedade do evento e a todos os envolvidos, desde staffs do percurso, do guarda-volumes e das demais funções corresponderam às expectativas. Foi um domingo agradável, ao lado dos amigos, pessoas de alto astral, bem humoradas e dispostas a encarar grandes desafios. Pelo fato de ter sido a estreia deles nas corridas de montanha, tornou-se um momento de grande relevância, o que me deixou duplamente contente: tanto por ter participado desse capítulo e melhor que isso, pelo fato de estar dividindo isso com vocês, leitores do blog.

Medalha (símbolo da difícil conquista)

Informações sobre a prova:


No meu próximo relato, contarei como os 25K da Maratona de São Paulo “caíram no meu colo”. 

Até a próxima!

6 comentários:

  1. Ola Daniel,
    Grande prova. Parabéns pelo ótimo tempo, foi muito bom para uma prova de aventura.
    O relato ficou show!

    Bons treins campeão! Vamos aguardar o relato dos 25k da Maratona de SP, o meu ja esta no blog.

    Abracos.

    Marcelo
    www.corramais.blogspot.com.br

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    1. Fala Marcelo, tudo beleza?

      Agradeço por ter acompanhado o meu relato, e por falar nos 25K da Maratona, já está no ar! Você tem que participar dessa Meia Maratona, é um desafio e tanto!

      Até a próxima!!

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  2. Que prova legal Daniel.
    Fiquei interessado em ter um dia de rei tambem rsrs

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    1. Tudo bem Luiz?

      O Rei da Montanha é uma ótima opção para quem busca novos desafios. Bem organizada, exige de você resistência e força para superar os obstáculos. E sem contar a parte mental, que é importantíssima nesse tipo de prova.

      Continue acompanhando o blog, estarei em eventos semelhantes!

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  3. Que massa essa prova, Parabéns, a medalha é linda.
    Bons treinos
    Ju

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    1. Olá Ju, tudo bem?

      Você precisa participar dessa prova...não sei se já fez corrida de montanha, encare as menores distâncias para se acostumar...e garanto que você nunca mais vai querer ficar de fora dessas aventuras!!!

      Um abraço!

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