domingo, 2 de julho de 2017

Mitologia Nórdica

Olá pessoal, alguém já leu histórias de mitologia? Sabe, aquelas histórias fantásticas que remontam a um tempo muito distante, onde nem a escrita havia sido inventada, em que os homens (ou deuses) eram dotados de incríveis poderes, alguns possuíam vida eterna, já outros não dispunham da mesma sina, mas, sobretudo, histórias que contam a origem do mundo de uma forma que desafia a imaginação de qualquer um? Pois bem, o livro “MITOLOGIA NÓRDICA”, de Neil Gaiman, nos conduz a uma jornada que coloca a credulidade do leitor à prova, deixando o caminho aberto para pensamentos se tudo, nada ou parte daquilo realmente aconteceu e, principalmente, de onde vieram essas passagens tão improváveis, para não dizer impossíveis.


Não tenho referências anteriores sobre o autor, a não ser pelo que conferi ao longo deste livro, mas já adianto que são textos leves e agradáveis de ler, quando me dei conta, já estava próximo do fim e, pasmem, não havia atingido nem uma semana que começara a ler! O livro é dividido em quinze histórias, cujos feitos são centrados em três deuses: Odin, Thor e Loki. Em algum momento você já deve ter escutado falar sobre Odin, considerado o deus mais poderoso, que, por mais sabedoria, sacrificou um olho no poço de Mímir; Thor, o deus do trovão, conhecido por sua força, que derrota qualquer oponente usando seu martelo mágico; e por fim, não menos poderoso, Loki, um inteligente deus que transita sem pudor entre os caminhos do certo e do errado, vive conforme e, exclusivamente, sua conveniência.

Ymir, o primeiro ser vivo? (fonte: A Fênix de Fogo)
Um capítulo me chamou a atenção, muito pelo fato de gostar de correr, acredito que muita gente gostará de ler sobre “Thor na terra dos gigantes”, em que fatos inacreditáveis acontecerão, com um desfecho inusitado e um bom legado de ensinamentos. Deixei vocês curiosos, mas alguém acha possível ser mais rápido Hugi, a personificação do pensamento? Ou comer tão rápido quanto Logi, a encarnação do fogo? Mais uma, será que é possível lutar e derrotar Elli, a velhice? O resto fica por conta do deleite de cada um.

Fenrir: lobo gigantesco que destrói qualquer coisa (Fonte: A Fênix de Fogo)
Algumas referências mitológicas foram facilmente identificadas e associadas, como as recentes produções cinematográficas em que Thor é bastante explorado. No anime Cavaleiros do Zodíaco, na saga de Asgard, é possível conhecer um pouco sobre a Yggdrasill, a grande Árvore do Mundo, que envolve os nove mundos existentes. E também o Palácio Valhala ou Salão de Odin, onde aqueles que morreram bravamente em batalha comemoram. Você sabe qual é o nome do martelo mágico de Thor? O que sabe sobre as maçãs da imortalidade? Aposto que vão rir e bravejar com a história do Hidromel da Poesia. Já ouviram falar da Serpente de Midgard? Se assustariam se soubessem que esse monstro é fruto de uma relação de um poderoso deus e uma gigante? Leiam o livro!

Thor e a Serpente Jormungand (Fonte: A Fênix de Fogo)
Por vários momentos me vi na difícil missão de tentar compreender se os personagens estavam sob a forma de deuses ou humanos, pois em diversas passagens, eles enfrentam privações como a fome, sede, frio, sono, medo, alegria e tantas outras situações que até então conhecemos nos mortais. É comum atribuirmos aos deuses a perfeição, uma força suprema e inatingível, os aceitamos dessa forma, sem questionamentos (ou são poucos aqueles que se dispõem a questionar, sem entrar no campo da religiosidade). Mas o autor, no desenvolvimento do enredo, em alguns diálogos, iguala deuses e homens. Se tudo for verdade ou se tudo for inventivo, pouco importa, já que o Ragnarök é o evento em que tudo acabará e começará, do zero, ou antes dele, novamente.

“E o jogo começa outra vez”

Palavras do autor sobre o livro: “Eu me recusei a criar fatos do zero, mas podia criar detalhes do ambiente que ajudasse os mitos a fazer sentido.”
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Dados:
Nome: MITOLOGIA NÓRDICA
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Tradução: Edmundo Barreiros
Páginas: 286
Preço médio:
- Saraiva por R$ 35,90 (+R$ 2,90 frete São Paulo)
- Submarino por R$ 31,40 (+R$ 2,99 frete São Paulo)
- Amazon Brasil por R$ 31,40 (+ frete)

sábado, 24 de junho de 2017

Opinião de quem leu...

Olá pessoal, iniciando uma nova fase em meu blog, com assuntos relacionados a livros, onde falarei a respeito das minhas últimas leituras, sem perder de vista os tradicionais relatos das corridas que participei. Cheguei à conclusão que ler não é uma tarefa fácil. O que você espera de uma leitura? Informação, conhecimento? Sim, a leitura permite descobrir coisas das quais não sabemos ou reafirmarmos algo que já aprendemos em algum momento da vida. Mas para a leitura ser produtiva é necessário que algumas coisas funcionem ao mesmo tempo: silêncio no ambiente, evitar interrupções constantes, estar descansado, não fazer da leitura um ato obrigatório, e por aí vai. Tenho uma facilidade de poucos: consigo ler quando estou em transporte público, ou seja, a soma de veículo em movimento mais a densidade de várias pessoas ao redor. Aprendi a me concentrar, se bem que nem sempre isso acontece, afinal, nem tudo é perfeito.


O livro que trago ao conhecimento dos senhores é o romance de ficção policial e de mistério “ANOITECE NO IRAQUE – Projeto Brainwashing”, do espanhol José María Fernández-Luna Martinez. Mas não se enganem, ele utiliza o pseudônimo de Patrick Ericson, por motivos que até o momento desconheço por completo. A história baseia-se nos acontecimentos imediatamente após os atentados do 11 de setembro de 2001, em que dois aviões foram de encontro com as torres do “World Trade Center”, situada em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A organização fundamentalista islâmica al-Qaeda, que abriga os terroristas mais procurados do planeta, reivindicou a autoria dos atentados. Logo em seguida, os Estados Unidos, sob a bandeira do combate ao terror, invadiram o Afeganistão e o Iraque, com a justificativa de conter o avanço das células terroristas, bem como desatinar as possíveis armas de destruição em massa (químicas e biológicas) que esses países poderiam guardar, o que colocaria o planeta em total perigo.

A história cerca o tenente americano Jack Parsons, atormentado pela morte da esposa (grávida), que trabalhava numa das Torres Gêmeas, quando ocorreu o atentado. Buscando vingança, acaba descobrindo uma história de conspiração, na qual aponta alguns líderes americanos (juntamente com os britânicos) como os verdadeiros autores daquele ato de terrorismo que abalou o mundo em 2001. Já no Iraque, compondo a primeira força de coalização a entrar no devastado país, Jack chega bem próximo de apoderar-se dos documentos comprobatórios que revelam em detalhes um esquema fabricado de propagação do terror, com a finalidade de reduzir a população mundial e com isso criar-se um novo modelo de governo unificado no planeta, baseado na opressão e no autoritarismo (o tal Projeto Brainwashing). Porém, o oficial é ferido gravemente e acaba sendo obrigado a retornar aos Estados Unidos, como prega a doutrina de guerra.

Não ficou bem claro o que de fato ocorre com os feridos nas batalhas, isso quando se recuperam sem sequelas, já que no período em que ele se encontra hospitalizado, a deferência empregada pelo autor passa a tratar Jack Parsons como “ex-tenente” do Exército americano. Parsons tem dois familiares próximos, o pai, Howard, um coronel aposentado, e seu irmão Fred, advogado. Por intermédio do pai, Jack consegue voltar ao Iraque, mas na condição de mercenário pela empresa de segurança privada Blackwater. Lá entra em contato com a curadora do Museu Arqueólógico de Bagdá, encarregada de negociar o contundente dossiê, em troca de uma alta soma de dólares e passaportes para retirar do país a esposa e filhos do seu ex-amante e funcionário do museu (assassinado meses antes), além da irmã dele e seus respectivos filhos, que pretendiam seguir vida na Jordânia.

O Iraque está um caos completo, milhares de pessoas morrendo, bombardeios de toda sorte, uma guerra civil sem fronteiras, onde o vácuo de poder deixado pelos americanos após a prisão do líder Saddam Hussein, é o terreno fértil para a proliferação de células radicais e outros insurgentes, determinados a morrer em prol das mais diversas causas. Paralelo ao isso, há os conflitos de interesses entre as grandes potências, uma verdadeira busca sem precedentes pelos documentos secretos, seja por parte dos órgãos de inteligência dos Estados Unidos (que viam um risco caso o conteúdo desses – desconhecidos na essência – fossem revelados), seja pelo interesse dos europeus, mais especificamente dos britânicos, em não perder de vista cada movimento dos americanos. Enfim, é um prato cheio para quem gosta de histórias que chacoalham o planeta. 


O livro apresenta algumas falhas (estou sendo muito razoável), já que em determinado momento me vi na obrigação de anotar tudo em um caderno, porém, logo abandonei a ideia diante de intermináveis erros ortográficos na tradução (que já estavam me deixando nervoso com as interrupções forçadas). Enviei um e-mail à Editora Geração, cobrando uma posição a respeito. Se não fosse pela curiosidade natural e insaciável que tenho pelas coisas de um modo geral, dificilmente eu teria seguido até o fim com este livro. Mas a história é boa e cheia de reviravoltas, sem rodeios e mostrando a realidade nua e crua da guerra. Levei cerca de duas semanas para ler, sem pressa, tirando uma ou duas horas por dia.

Dados:
Nome: ANOITECE NO IRAQUE
Autor: Patrick Ericson
Editora: Geração Editorial
Ano: 2012
Tradução: Mirían Ibañez
Páginas: 469
Preço médio:
- Saraiva por R$ 44,90 (+R$ 2,90 frete São Paulo)
- Americanas por R$ 23,99 (+R$ 5,99 frete São Paulo)
- Amazon Brasil por R$ 23,99 (+frete)