Olá amigos, sem perder tempo
contarei em detalhes o desafio de participar de duas provas no mesmo final de
semana, imediatamente após o domingo em que corri os 25K da Maratona de São
Paulo. Na verdade, essa prova entrou por acaso no meu calendário, tanto que não
havia mais inscrições quando eu descobri a data (23/06/12), sinal claro de que
não fazia parte dos meus planos. Porém, devido a várias recomendações de
amigos, inclusive da minha amiga Marta Fiorentini, residente de Florianópolis e
que já participou de diversos eventos organizados pelo Mountain Do, resolvi
tentar a inscrição, mesmo sabendo que o encerramento das mesmas havia vários
dias.
|
Campos do Jordão |
Pelo site já não era
possível realizar a inscrição, então resolvi telefonar para a organização, que
fica localizada no Sul do país, onde uma funcionária muito atenciosa (não me
recordo o nome) revelou que abriria uma exceção para um grupo de corredores,
estendendo o benefício para mim. O acordo previa que eu efetuasse o pagamento
naquela data (15/06/12), e enviasse o comprovante de pagamento para o endereço
de email fornecido por ela. Não tem como não ficar empolgado, após obter a
inscrição para um evento em que já não era mais possível inscrever-se pelo modo
convencional. Efetuei o depósito na Caixa Econômica Federal no valor de R$
140,00.
|
Praça do Capivari |
|
Eu |
Saliento que eu não errei
nas datas, todo esse processo de inscrição foi antes de correr os 25K da
Maratona de SP, então, tudo já estava “friamente calculado” (risos). A partir
daí, mantive a planilha de treinos na academia Bodytech, supervisionado pela
professora Marisa Barbin, sem que as provas agendadas afetassem os trabalhos. Posso
dizer que correr em Campos do Jordão era um sonho antigo, pois em anos
anteriores sempre surgia alguma coisa que me impedia de ir, ora alguma prova no
mesmo dia, ora um algum declínio físico, enfim, a última tentativa havia sido
há cerca de dois meses, quando não participei da V etapa da Copa Paulista de
Corridas de Montanha, que seria realizado lá, devido a uma gripe fortíssima.
Dessa vez, as coisas caminhavam a bons ventos para a minha estreia na fria
cidade da Serra da Mantiqueira.
|
Cartão-postal |
|
Céu |
Comprei a passagem de ônibus
pela internet no site da empresa Pássaro Marrom, com muita facilidade, site bem
organizado e desprovido de burocracia, exceto por um pequeno cadastro no
primeiro acesso. Havia vários horários disponíveis, porém, a organização frisou
em vários momentos que o kit de participação seria entregue das 08h00 às 12h30,
sem exceção após o horário estipulado. Portanto, resolvi ir cedo, assim
aproveitaria o lado turístico da cidade. O ônibus partiu do Terminal Rodoviário
do Tietê as 06h00, ou seja, tive que madrugar para chegar lá no horário.
Acordei às 04h00, peguei o primeiro ônibus do dia, as 04h30, cheguei a Estação
do Metrô Vila Madalena (linha verde) por volta das 05h15, fiz baldeação com a
linha azul até a Estação Portuguesa-Tietê, onde cheguei a tempo suficiente de
trocar o comprovante de pagamento online pela passagem.
|
Exposição de fuscas antigos |
|
Área de concentração dos atletas |
A viagem durou cerca de três
horas, fui dormindo praticamente o percurso inteiro, ao chegar o dia estava
surpreendentemente quente, céu parcialmente coberto por nuvens, nada daquilo
que eu imaginava para um lugar como Campos do Jordão (risos). Eu esperava frio,
até chuva se fosse o caso, no entanto, sentia calor, as blusas me incomodavam,
o que era para ser um conforto, tornou-se um estorvo sem utilidade alguma
(exceto carregar peso). Bom, eram 09h00 e a corrida estava marcada para as
14h45, ou seja, havia tempo para fazer muitas coisas. Então resolvi conhecer a
cidade, a concentração da prova estava localizada na Praça do Capivari, centro
de Campos do Jordão. Estava com fome, então resolvi tomar um café “típico” do
local, porém, preteri o café por um delicioso chocolate quente acompanhando de
pão de queijo feito na hora.
|
Uma das arenas |
|
Pódio |
Fiquei impressionado com o
tamanho da estrutura do Mountain Do, tudo muito grandioso, realmente eles não
pouparam esforços e materiais para arquitetar grandes montagens, tendas
enormes, pórticos de recepção aos atletas, enfim, se a primeira impressão é a
que fica, certamente levarei comigo generosos elogios daqui para frente. Eram
menos de 10h00 e o palco com o pódio, troféus, e outros aparatos pós-prova já
estavam sendo preparados, tive até a rara oportunidade de segurar um dos
troféus. Continuei perambulando e fotografando toda a arena do evento e, obviamente
fiz a retirada do meu kit. Quando recebi o kit, não acreditei, nele continha:
01 mochila, 01 Squeeze, 01 boné, 01 camiseta em material tecnológico Adidas, 01
revista Mountain Do, 01 chip descartável e 01 numeral. Tudo de primeira
qualidade, percebi que havia feio um ótimo “negócio” ao conseguir a inscrição
nos “45’ do segundo tempo” (risos).
|
Kit pré-prova |
|
Pórtico de chegada |
O processo pré-prova estava
finalizado, ainda não era nem 12h00, então resolvi conhecer um pouco da cidade
e de seus adventos turísticos, tanto que experimentei andar de teleférico,
muito divertido, no topo da montanha, ainda tomei um milk-shake de chocolate
branco muito gostoso “uma especialidade da região”, me garantiu a atendente. O
retorno, pelo teleférico, foi todo em descida, foi possível ter uma visão macro
da cidade. Continuei a andar pela cidade, bem próximo do local da prova, estava
ocorrendo uma exposição de carros antigos, somente com veículos modelo fusca,
de todos os anos que se possa imaginar, quase impossível não voltar no tempo! A
partir daquele momento, as horas começaram a passar mais rapidamente, talvez
pela proximidade do horário da largada, aos poucos a Praça Capivari ia sendo
tomada por mais e mais atletas, especulava-se mais de 900 (novecentos)
corredores inscritos.
|
Delicioso |
|
Passeando de teleférico |
Fui me trocar faltando cerca
de uma hora para começar a prova, escolhi acertadamente um sanitário localizado
dentro de uma galeria, onde pude, sem pressa, acertar todos os acessórios
(número de peito, chip, cinta de hidratação, roupas etc). Deixei as minhas
coisas no guarda-volumes e segui para o local da largada. Estavam todos muito
animados, o frio havia dado espaço para uma tarde ensolarada, com o céu
praticamente dominado pelo azul, nem parecia tratar-se do início do inverno de
Campos do Jordão. O locutor, o famoso “Maquininha”, transmitia as informações
de interesse geral aos atletas, chegando, inclusive entrevistar alguns deles.
Só para lembrar, havia três distâncias simultaneamente a serem percorridas: o
trecho principal de 18Km, a “meia” de 9Km e um percurso “simbólico” de 4Km. Já
com tudo a postos, sem atrasos, foi dada a largada as 14h45, para delírio dos
mais de novecentos atletas inscritos.
|
Antes da prova |
|
Com o Kiko (organizador do evento) |
O início foi bem tranquilo,
pelas ruas do centro de Campos do Jordão, tudo era festa, as pessoas, a maior
parte turistas, paravam para ver os atletas que, naquele momento, eram os
protagonistas das ruas. Ainda sob o asfalto, avistei a primeira subida, num
efeito crescente até que razoável, porém, não era possível observar o final
dela (risos). Essa foi a tônica dos primeiros quilômetros, pois apesar das
subidas, havia as descidas para aliviar um pouco. No entanto, para aqueles que
estavam achando tudo aquilo fácil, não me recordo o local exato, a partir de um
certo momento (antes do quilômetro cinco), teve inicio o trecho por estradas
vicinais. Foi aí que começou a verdadeira “corrida de montanha”, aquele sobe e
desce que os corredores de trilhas estão acostumados, com um atrativo: trechos
bem rápidos de serem percorridos, tanto que foi um dos meus momentos mais
“velozes” na prova.
|
Eu |
|
Montanhas e trilhas (foto: Michelle Soares) |
Metade da corrida havia
transcorrido sem maiores problemas, ao contrário, a minha musculatura respondia
bem e não mostrava qualquer sinal de fadiga. A corrida em Campos do Jordão é
integrante do “Circuito de Charme”, por causa das belas paisagens que cercam a
cidade. Pude constatar isso nos momentos em que caminhei, geralmente em trilhas
fechadas, em que a corrida tornou-se impraticável. O percurso apresentou o
maior grau de dificuldade por volta do quilômetro 14, onde iniciou-se uma
trilha em descida, onde passei por valas totalmente desniveladas, em que o
risco de cair era iminente, desci com o máximo de cautela, observado pelos
“bombeiros civis”, que estavam naquele trecho para garantir a segurança do
atleta que porventura viesse a levar algum tombo mais sério. Vencido aquele
perrengue, mais trilhas pela frente, é bem verdade que com menos intensidade.
|
Minha chegada (foto: divulgação) |
|
Ao final |
Já era possível avistar a
cidade cada vez mais próxima, portanto, era um sinal claro de que a trilha
estava chegando ao fim, fato comprovado ao passar por baixo do caminho do
teleférico, enquanto os turistas passeavam, os corredores desbravavam os
obstáculos mais “encardidos” (risos). Recebi o aviso de um fiscal para tomar
cuidado com os degraus que estavam por vir, pois o final da trilha desembocaria
numa escadaria que fava acesso às ruas da cidade. Já nas ruas, o público
“itinerante” de turistas apreciava toda aquela festa, sentia um cansaço
razoável, dentro dos parâmetros normais de um final de prova. Avistei o locutor
e todos aqueles “pórticos” infláveis do Mountain Do, cruzei a linha de chegada
com o tempo de 1h40min cravados, feliz e realizado por ter finalmente concluído
uma corrida em Campos do Jordão. Havia uma verdadeira fartura de frutas para
receber os atletas, uma área praticamente vip, com direito a massagista, além
de bebida a vontade. Não fiz cerimônia e optei por uma boa massagem nas pernas,
o que ajudou na minha recuperação. Dos 160 atletas que concluíram os 18Km,
fiquei na 23ª colocação geral, sendo 7º na categoria Sub-35 (25-34 anos).
|
Com a Juliana Mansano |
|
Com a Andreia Henssler |
Tive a oportunidade de
conhecer a simpática Andreia Henssler, ganhadora na categoria geral feminina da
Maratona do Deserto do Atacama, que aconteceu no início do ano, além de ter
encontrar a minha amiga “virtual” Juliana Mansano, que também fez uma excelente
prova. Tiramos algumas fotos e conversamos rapidamente, antes de nos
despedirmos. Recebi o famoso “medalhão”, tradicional nas provas Mountain Do,
com design inovador, além de uma toalha, um pouco maior em relação as provas
que já participei. Retornei ao guarda-volumes para retirar as minhas coisas,
não peguei filas, e em pouco tempo já estava com roupas secas e quentes, visto
que a temperatura começava a baixar. A partida do ônibus para São Paulo estava
prevista para as 19h30, portanto, tinha tempo suficiente para assistir a
cerimônia de premiação. Apesar de haver premiação por categoria, tudo aconteceu
de maneira rápida, sem grandes demoras, excetos por pequenas deficiências
apresentadas na aferição de alguns resultados, pois chegou ao ponto dos
“vencedores” estarem no pódio enquanto outros corredores contestavam tais
resultados. A organização procurou agir com o máximo de transparência, evitando
qualquer tipo de injustiça. Em resposta, o locutor afirmou que alguns chips
apresentaram problemas por terem sido danificados durante a prova (talvez por
ter entrado em contato com lama, barro, água e etc.).
|
Pós-prova (foto: Michelle Soares) |
|
Finish |
Apenas para deixar
registrado, a organização do Mountain Do está de parabéns pelo EXCELENTE evento
organizado, sem dúvidas participarei de outras etapas, foram atenciosos comigo
desde o inicio, principalmente no processo de inscrição, onde me foi concedido
a possibilidade de realizar a inscrição quando já não era mais possível. O kit
realmente foi a altura de uma prova de alto nível, o evento em si valeu cada
centavo que paguei. Espero que outras organizações copiem o modelo apresentado
pelo MD, pois se tratam de profissionais muito qualificados, desde os staffs
até o diretor geral de prova. Quando o trabalho é feito em equipe e todos os
detalhes são tratados corretamente, o sucesso acaba tornando-se mera
consequência. Retornarei na próxima edição e sem dúvidas indicarei para os
amigos.
|
Recepção aos atletas pós-prova |
|
Organização perfeita |
Para finalizar a minha
estada em Campos do Jordão, fui conferir uns dos chocolates mais famosos da
região: chocolate Montanhês. Com várias opções no cardápio, optei pelo
“Chocolate quente cremoso com licor”, tamanho grande. Nossa, confesso que não
gostei muito, achei forte e doce demais, porém, para justificar o preço pago,
tomei tudo sem pensar duas vezes (risos). Retornei a rodoviária caminhando
(cerca de 1,5Km), cujo regresso estava confirmado para as 19h30. A viagem foi
tranquila, consegui dormir um pouco, o que fez diminuir o meu cansaço. Cheguei a
Rodoviária do Tietê por volta das 22h15, rapidamente peguei o metrô para a
minha casa. Tal pressa é explicada: a jornada no final de semana ainda não
havia terminado, teria pela frente no domingo a VI da Copa Paulista de Corridas
de Montanha, que seria realizada na cidade de São Roque. Em outras palavras,
mais montanhas pela frente e a prova estava marcada para as 08h00 do domingo.
|
Recebendo o medalhão |
|
Medalhão |
Sei que a maioria aqui deve
estar pensando que sou maluco, pois em menos de 12 horas já estaria novamente
pronto para iniciar outro desafio. Isso sem contar as poucas horas de sono, o
cansaço recorrente, a alimentação feita no improviso etc. Então,
não percam o próximo relato, onde contarei em detalhes como foi ter corrido os
12Km (será que foram 12Km mesmo?) pelas barranqueiras de São Roque!!!
|
FIM |
Oi Daniel,
ResponderExcluirParabéns pelo relato e pela prova! Acho muito interessante a forma com que você descreve as suas participações, contando além do que a corrida oferece.
Abs.
Nossa Dan!!!! Quanta aventura, esse céu de CJ é td de lindo!!!
ResponderExcluirO melhor de td isso é q vc conheceu a cidade, correu e ainda ficou inteiro prá andar 1,5 km até a rodoviária com esse humor td!!1 Parabéns!!!! E vamos as próximas!!!!
Eba, obrigada pelo atenciosa.. A atendente é a mesma da foto que entregou o troféu.. Marina! Hehehe, relato nota mil, vamos divulgar na nossa Fan Page.
ResponderExcluirAtt
Marina Stepanski
Sports Do Eventos Esportivos
Eba, obrigada pelo atenciosa.. A atendente é a mesma da foto que entregou a medalha.. Marina! Hehehe, relato nota mil, vamos divulgar na nossa Fan Page.
ResponderExcluirAtt
Marina Stepanski
Sports Do Eventos Esportivos
Grande Daniel Gonçalves, brilhante o seu relato sobre esta prova maravilhosa que brindou o estado de São Paulo com uma grande energia, acolhendo com carinho transparência e respeito todos os envolvidos e comprometidos com esta grande festa das corridas de montanha, em nome de todos receba os nossos Paaaaraaaabééééns !!!
ResponderExcluirForte abraço
Locutor Maquininha
Uau Dan!!!
ResponderExcluirA medalha é muito grande!!! É um medalhão mesmo!!! Show!!!!
Valeu a pena ler o seu relato! E PARABÉNS pela corrida!!
As fotos estão demais tb!!!
Bjs!
Daniel, parabéns pela prova, cara!
ResponderExcluirCorri a primeira edição dessa, mas pelo que percebi houve uma mudança no percurso e deve ter sido para melhor, digo, ficou mais difícil, por isso a mudança foi para melhor.
Abração!