sábado, 14 de julho de 2012

[RELATO] 18K Mountain Do Campos do Jordão

Olá amigos, sem perder tempo contarei em detalhes o desafio de participar de duas provas no mesmo final de semana, imediatamente após o domingo em que corri os 25K da Maratona de São Paulo. Na verdade, essa prova entrou por acaso no meu calendário, tanto que não havia mais inscrições quando eu descobri a data (23/06/12), sinal claro de que não fazia parte dos meus planos. Porém, devido a várias recomendações de amigos, inclusive da minha amiga Marta Fiorentini, residente de Florianópolis e que já participou de diversos eventos organizados pelo Mountain Do, resolvi tentar a inscrição, mesmo sabendo que o encerramento das mesmas havia vários dias.
Campos do Jordão
Pelo site já não era possível realizar a inscrição, então resolvi telefonar para a organização, que fica localizada no Sul do país, onde uma funcionária muito atenciosa (não me recordo o nome) revelou que abriria uma exceção para um grupo de corredores, estendendo o benefício para mim. O acordo previa que eu efetuasse o pagamento naquela data (15/06/12), e enviasse o comprovante de pagamento para o endereço de email fornecido por ela. Não tem como não ficar empolgado, após obter a inscrição para um evento em que já não era mais possível inscrever-se pelo modo convencional. Efetuei o depósito na Caixa Econômica Federal no valor de R$ 140,00.
Praça do Capivari
Eu
Saliento que eu não errei nas datas, todo esse processo de inscrição foi antes de correr os 25K da Maratona de SP, então, tudo já estava “friamente calculado” (risos). A partir daí, mantive a planilha de treinos na academia Bodytech, supervisionado pela professora Marisa Barbin, sem que as provas agendadas afetassem os trabalhos. Posso dizer que correr em Campos do Jordão era um sonho antigo, pois em anos anteriores sempre surgia alguma coisa que me impedia de ir, ora alguma prova no mesmo dia, ora um algum declínio físico, enfim, a última tentativa havia sido há cerca de dois meses, quando não participei da V etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha, que seria realizado lá, devido a uma gripe fortíssima. Dessa vez, as coisas caminhavam a bons ventos para a minha estreia na fria cidade da Serra da Mantiqueira.
Cartão-postal
Céu
Comprei a passagem de ônibus pela internet no site da empresa Pássaro Marrom, com muita facilidade, site bem organizado e desprovido de burocracia, exceto por um pequeno cadastro no primeiro acesso. Havia vários horários disponíveis, porém, a organização frisou em vários momentos que o kit de participação seria entregue das 08h00 às 12h30, sem exceção após o horário estipulado. Portanto, resolvi ir cedo, assim aproveitaria o lado turístico da cidade. O ônibus partiu do Terminal Rodoviário do Tietê as 06h00, ou seja, tive que madrugar para chegar lá no horário. Acordei às 04h00, peguei o primeiro ônibus do dia, as 04h30, cheguei a Estação do Metrô Vila Madalena (linha verde) por volta das 05h15, fiz baldeação com a linha azul até a Estação Portuguesa-Tietê, onde cheguei a tempo suficiente de trocar o comprovante de pagamento online pela passagem.
Exposição de fuscas antigos
Área de concentração dos atletas
A viagem durou cerca de três horas, fui dormindo praticamente o percurso inteiro, ao chegar o dia estava surpreendentemente quente, céu parcialmente coberto por nuvens, nada daquilo que eu imaginava para um lugar como Campos do Jordão (risos). Eu esperava frio, até chuva se fosse o caso, no entanto, sentia calor, as blusas me incomodavam, o que era para ser um conforto, tornou-se um estorvo sem utilidade alguma (exceto carregar peso). Bom, eram 09h00 e a corrida estava marcada para as 14h45, ou seja, havia tempo para fazer muitas coisas. Então resolvi conhecer a cidade, a concentração da prova estava localizada na Praça do Capivari, centro de Campos do Jordão. Estava com fome, então resolvi tomar um café “típico” do local, porém, preteri o café por um delicioso chocolate quente acompanhando de pão de queijo feito na hora.
Uma das arenas
Pódio
Fiquei impressionado com o tamanho da estrutura do Mountain Do, tudo muito grandioso, realmente eles não pouparam esforços e materiais para arquitetar grandes montagens, tendas enormes, pórticos de recepção aos atletas, enfim, se a primeira impressão é a que fica, certamente levarei comigo generosos elogios daqui para frente. Eram menos de 10h00 e o palco com o pódio, troféus, e outros aparatos pós-prova já estavam sendo preparados, tive até a rara oportunidade de segurar um dos troféus. Continuei perambulando e fotografando toda a arena do evento e, obviamente fiz a retirada do meu kit. Quando recebi o kit, não acreditei, nele continha: 01 mochila, 01 Squeeze, 01 boné, 01 camiseta em material tecnológico Adidas, 01 revista Mountain Do, 01 chip descartável e 01 numeral. Tudo de primeira qualidade, percebi que havia feio um ótimo “negócio” ao conseguir a inscrição nos “45’ do segundo tempo” (risos).
Kit pré-prova
Pórtico de chegada
O processo pré-prova estava finalizado, ainda não era nem 12h00, então resolvi conhecer um pouco da cidade e de seus adventos turísticos, tanto que experimentei andar de teleférico, muito divertido, no topo da montanha, ainda tomei um milk-shake de chocolate branco muito gostoso “uma especialidade da região”, me garantiu a atendente. O retorno, pelo teleférico, foi todo em descida, foi possível ter uma visão macro da cidade. Continuei a andar pela cidade, bem próximo do local da prova, estava ocorrendo uma exposição de carros antigos, somente com veículos modelo fusca, de todos os anos que se possa imaginar, quase impossível não voltar no tempo! A partir daquele momento, as horas começaram a passar mais rapidamente, talvez pela proximidade do horário da largada, aos poucos a Praça Capivari ia sendo tomada por mais e mais atletas, especulava-se mais de 900 (novecentos) corredores inscritos.
Delicioso
Passeando de teleférico
Fui me trocar faltando cerca de uma hora para começar a prova, escolhi acertadamente um sanitário localizado dentro de uma galeria, onde pude, sem pressa, acertar todos os acessórios (número de peito, chip, cinta de hidratação, roupas etc). Deixei as minhas coisas no guarda-volumes e segui para o local da largada. Estavam todos muito animados, o frio havia dado espaço para uma tarde ensolarada, com o céu praticamente dominado pelo azul, nem parecia tratar-se do início do inverno de Campos do Jordão. O locutor, o famoso “Maquininha”, transmitia as informações de interesse geral aos atletas, chegando, inclusive entrevistar alguns deles. Só para lembrar, havia três distâncias simultaneamente a serem percorridas: o trecho principal de 18Km, a “meia” de 9Km e um percurso “simbólico” de 4Km. Já com tudo a postos, sem atrasos, foi dada a largada as 14h45, para delírio dos mais de novecentos atletas inscritos.
Antes da prova
Com o Kiko (organizador do evento)
O início foi bem tranquilo, pelas ruas do centro de Campos do Jordão, tudo era festa, as pessoas, a maior parte turistas, paravam para ver os atletas que, naquele momento, eram os protagonistas das ruas. Ainda sob o asfalto, avistei a primeira subida, num efeito crescente até que razoável, porém, não era possível observar o final dela (risos). Essa foi a tônica dos primeiros quilômetros, pois apesar das subidas, havia as descidas para aliviar um pouco. No entanto, para aqueles que estavam achando tudo aquilo fácil, não me recordo o local exato, a partir de um certo momento (antes do quilômetro cinco), teve inicio o trecho por estradas vicinais. Foi aí que começou a verdadeira “corrida de montanha”, aquele sobe e desce que os corredores de trilhas estão acostumados, com um atrativo: trechos bem rápidos de serem percorridos, tanto que foi um dos meus momentos mais “velozes” na prova.
Eu
Montanhas e trilhas (foto: Michelle Soares)
Metade da corrida havia transcorrido sem maiores problemas, ao contrário, a minha musculatura respondia bem e não mostrava qualquer sinal de fadiga. A corrida em Campos do Jordão é integrante do “Circuito de Charme”, por causa das belas paisagens que cercam a cidade. Pude constatar isso nos momentos em que caminhei, geralmente em trilhas fechadas, em que a corrida tornou-se impraticável. O percurso apresentou o maior grau de dificuldade por volta do quilômetro 14, onde iniciou-se uma trilha em descida, onde passei por valas totalmente desniveladas, em que o risco de cair era iminente, desci com o máximo de cautela, observado pelos “bombeiros civis”, que estavam naquele trecho para garantir a segurança do atleta que porventura viesse a levar algum tombo mais sério. Vencido aquele perrengue, mais trilhas pela frente, é bem verdade que com menos intensidade.
Minha chegada (foto: divulgação)
Ao final
Já era possível avistar a cidade cada vez mais próxima, portanto, era um sinal claro de que a trilha estava chegando ao fim, fato comprovado ao passar por baixo do caminho do teleférico, enquanto os turistas passeavam, os corredores desbravavam os obstáculos mais “encardidos” (risos). Recebi o aviso de um fiscal para tomar cuidado com os degraus que estavam por vir, pois o final da trilha desembocaria numa escadaria que fava acesso às ruas da cidade. Já nas ruas, o público “itinerante” de turistas apreciava toda aquela festa, sentia um cansaço razoável, dentro dos parâmetros normais de um final de prova. Avistei o locutor e todos aqueles “pórticos” infláveis do Mountain Do, cruzei a linha de chegada com o tempo de 1h40min cravados, feliz e realizado por ter finalmente concluído uma corrida em Campos do Jordão. Havia uma verdadeira fartura de frutas para receber os atletas, uma área praticamente vip, com direito a massagista, além de bebida a vontade. Não fiz cerimônia e optei por uma boa massagem nas pernas, o que ajudou na minha recuperação. Dos 160 atletas que concluíram os 18Km, fiquei na 23ª colocação geral, sendo 7º na categoria Sub-35 (25-34 anos).
Com a Juliana Mansano
Com a Andreia Henssler
Tive a oportunidade de conhecer a simpática Andreia Henssler, ganhadora na categoria geral feminina da Maratona do Deserto do Atacama, que aconteceu no início do ano, além de ter encontrar a minha amiga “virtual” Juliana Mansano, que também fez uma excelente prova. Tiramos algumas fotos e conversamos rapidamente, antes de nos despedirmos. Recebi o famoso “medalhão”, tradicional nas provas Mountain Do, com design inovador, além de uma toalha, um pouco maior em relação as provas que já participei. Retornei ao guarda-volumes para retirar as minhas coisas, não peguei filas, e em pouco tempo já estava com roupas secas e quentes, visto que a temperatura começava a baixar. A partida do ônibus para São Paulo estava prevista para as 19h30, portanto, tinha tempo suficiente para assistir a cerimônia de premiação. Apesar de haver premiação por categoria, tudo aconteceu de maneira rápida, sem grandes demoras, excetos por pequenas deficiências apresentadas na aferição de alguns resultados, pois chegou ao ponto dos “vencedores” estarem no pódio enquanto outros corredores contestavam tais resultados. A organização procurou agir com o máximo de transparência, evitando qualquer tipo de injustiça. Em resposta, o locutor afirmou que alguns chips apresentaram problemas por terem sido danificados durante a prova (talvez por ter entrado em contato com lama, barro, água e etc.).
Pós-prova (foto: Michelle Soares)
Finish
Apenas para deixar registrado, a organização do Mountain Do está de parabéns pelo EXCELENTE evento organizado, sem dúvidas participarei de outras etapas, foram atenciosos comigo desde o inicio, principalmente no processo de inscrição, onde me foi concedido a possibilidade de realizar a inscrição quando já não era mais possível. O kit realmente foi a altura de uma prova de alto nível, o evento em si valeu cada centavo que paguei. Espero que outras organizações copiem o modelo apresentado pelo MD, pois se tratam de profissionais muito qualificados, desde os staffs até o diretor geral de prova. Quando o trabalho é feito em equipe e todos os detalhes são tratados corretamente, o sucesso acaba tornando-se mera consequência. Retornarei na próxima edição e sem dúvidas indicarei para os amigos.
Recepção aos atletas pós-prova
Organização perfeita
Para finalizar a minha estada em Campos do Jordão, fui conferir uns dos chocolates mais famosos da região: chocolate Montanhês. Com várias opções no cardápio, optei pelo “Chocolate quente cremoso com licor”, tamanho grande. Nossa, confesso que não gostei muito, achei forte e doce demais, porém, para justificar o preço pago, tomei tudo sem pensar duas vezes (risos). Retornei a rodoviária caminhando (cerca de 1,5Km), cujo regresso estava confirmado para as 19h30. A viagem foi tranquila, consegui dormir um pouco, o que fez diminuir o meu cansaço. Cheguei a Rodoviária do Tietê por volta das 22h15, rapidamente peguei o metrô para a minha casa. Tal pressa é explicada: a jornada no final de semana ainda não havia terminado, teria pela frente no domingo a VI da Copa Paulista de Corridas de Montanha, que seria realizada na cidade de São Roque. Em outras palavras, mais montanhas pela frente e a prova estava marcada para as 08h00 do domingo.
Recebendo o medalhão
Medalhão
Sei que a maioria aqui deve estar pensando que sou maluco, pois em menos de 12 horas já estaria novamente pronto para iniciar outro desafio. Isso sem contar as poucas horas de sono, o cansaço recorrente, a alimentação feita no improviso etc. Então, não percam o próximo relato, onde contarei em detalhes como foi ter corrido os 12Km (será que foram 12Km mesmo?) pelas barranqueiras de São Roque!!! 
FIM

7 comentários:

  1. Oi Daniel,
    Parabéns pelo relato e pela prova! Acho muito interessante a forma com que você descreve as suas participações, contando além do que a corrida oferece.
    Abs.

    ResponderExcluir
  2. Nossa Dan!!!! Quanta aventura, esse céu de CJ é td de lindo!!!
    O melhor de td isso é q vc conheceu a cidade, correu e ainda ficou inteiro prá andar 1,5 km até a rodoviária com esse humor td!!1 Parabéns!!!! E vamos as próximas!!!!

    ResponderExcluir
  3. Eba, obrigada pelo atenciosa.. A atendente é a mesma da foto que entregou o troféu.. Marina! Hehehe, relato nota mil, vamos divulgar na nossa Fan Page.

    Att
    Marina Stepanski
    Sports Do Eventos Esportivos

    ResponderExcluir
  4. Eba, obrigada pelo atenciosa.. A atendente é a mesma da foto que entregou a medalha.. Marina! Hehehe, relato nota mil, vamos divulgar na nossa Fan Page.

    Att
    Marina Stepanski
    Sports Do Eventos Esportivos

    ResponderExcluir
  5. Grande Daniel Gonçalves, brilhante o seu relato sobre esta prova maravilhosa que brindou o estado de São Paulo com uma grande energia, acolhendo com carinho transparência e respeito todos os envolvidos e comprometidos com esta grande festa das corridas de montanha, em nome de todos receba os nossos Paaaaraaaabééééns !!!

    Forte abraço

    Locutor Maquininha

    ResponderExcluir
  6. Uau Dan!!!

    A medalha é muito grande!!! É um medalhão mesmo!!! Show!!!!

    Valeu a pena ler o seu relato! E PARABÉNS pela corrida!!

    As fotos estão demais tb!!!

    Bjs!

    ResponderExcluir
  7. Daniel, parabéns pela prova, cara!
    Corri a primeira edição dessa, mas pelo que percebi houve uma mudança no percurso e deve ter sido para melhor, digo, ficou mais difícil, por isso a mudança foi para melhor.
    Abração!

    ResponderExcluir