domingo, 3 de março de 2013

[Relato] Aniversário de Paraisópolis


Olá amigos, antes de mais nada quero avisar que o blog não está abandonado (por mais evidente que isso pareça). Estou passando por uns probleminhas “técnicos” (musculares para falar a verdade) e isso vem me incomodando nas últimas semanas. Confesso que a motivação para escrever ficou em sexto plano, no entanto, não posso deixar de relatar a agradável corrida na cidade de Paraisópolis, em Minais Gerais, que aconteceu no dia 20 de janeiro de 2013. Vale lembrar que foi a minha quarta participação (e consecutiva), nesse evento, que contou com a presença do meu amigo Rubens, estreando em corridas fora do estado de São Paulo.
Paraisópolis
A cidade de Paraisópolis está localizada no sul de Minas Gerais, é também conhecida por ser a chegada da Ultra Maratona BR 135, nada menos que a distância de 217Km em 3 dias, a serem percorridas pelas mais difíceis montanhas mineiras. No meu caso, a prova em questão é bem mais modesta: 15Km entre ruas, estradas vicinais e a rodovia que dá acesso à cidade. Muitos me perguntam: “Daniel, por que você corre todo ano em Paraisópolis?”. É uma cidade com aproximadamente vinte mil habitantes, de uma simplicidade ímpar, com pessoas hospitaleiras e com belas paisagens. Depois de adiar algumas vezes, o meu amigo Rubens confirmou presença na prova. Junto com ele, trouxe mais dois amigos, o Marcos e a Rosa, que toparam conhecer Paraisópolis.
Retirada do kit
Compramos a passagem para o sábado, véspera da prova. A saída do ônibus no Terminal Rodoviário Tietê estava marcada para as 15h30, naquele momento uma chuva torrencial cobria a cidade de São Paulo. O Sr. Antônio, pai do Rubens, nos levou até a rodoviária. O Marcos e a Rosa compraram passagem para o mesmo horário, portanto, o que tornou tudo mais prático. A viagem durou pouco mais de três horas, contando uma parada de quinze minutos em São José dos Campos. Contei a eles que Paraisópolis é uma cidade com temperatura alta, no entanto, fui “desmentido” pela natureza, pois ao chegarmos o que se via era o oposto, já que chovia muito. Mas isso não tirou o bom humor deles. Pegamos um táxi e em menos de cinco minutos já estávamos na “Pousada da Praça”.
Com a garota da Red Bull
Momentos antes da largada
Devido a realização da ultra maratona, a pousada estava lotada, com isso fomos encaminhados para a residência da Dona Rosa, onde possui muitos quartos e quase sempre hospeda as pessoas (no meu caso, pela terceira vez – risos). Guardamos as malas nos quartos e fomos procurar um local para jantar, não foi difícil, encontramos o restaurante “Coisa & Tal”, conhecido na cidade. Conversamos muito sobre corridas, objetivos e experiências que esse esporte nos proporcionou ao longo dos anos. Havia também outros corredores jantando, um grupo enorme (provavelmente da ultra maratona) e um japonês solitário em outra mesa (que mais tarde descobrimos que também ia correr a mesma prova e que estava hospedado no mesmo lugar). Pedimos pizza, resolvi experimentar a especialidade da casa, o que me causou um arrependimento “parcial”, pois estava muito apimentada, não queria que esse consumo me atrapalhasse no dia seguinte.
Bem acompanhado
E a conversa estava tão boa que permanecemos no restaurante por muito tempo, ainda mais porque depois das 22h00 teve música ao vivo, onde covers de bandas de rock nacional e internacional foram tocados. Não consegui ficar só no refrigerante e parti para a cervejinha (risos). Ao sairmos de lá, por volta das 23h30, a chuva já havia cessado, aumentando ainda mais a expectativa para o dia seguinte. Paramos por alguns instantes para acompanhar a movimentação do pessoal da ultra maratona, muitos atletas ainda estavam correndo. As vezes fico pensando como seria correr mais de duzentos quilômetros, algo fora da minha realidade atualmente. Outro ponto que chama a atenção da cidade é a tranquilidade do local, não se ouve o barulho ininterrupto de motos, carros, caminhões e qualquer outra coisa que provoque incômodo.
Com o Marcos e o Rubens
O domingo amanheceu da melhor maneira possível, temperatura agradável, com um sol “tímido”, o fato de ter chovido no dia anterior contribuiu muito. A retirada do kit de participação estava tranquila, peguei a camiseta regata na cor azul, além do número de peito e chip descartável (e não é que a tecnologia chegou à Paraisópolis?). Aos poucos os corredores foram chegando, na relação de inscritos um número próximo aos duzentos atletas, o que mostra que o evento tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Lembro que em 2010 havia apenas 72 (setenta e dois) participantes. A largada estava marcada para as 09h00. Encontrei alguns amigos, entre eles o Fábio Namiuti e o Atelmo Assis, o popular “Zebra”, pessoas que não via há algum tempo. Usei a corrida como treino, visando uma boa preparação para o início do ano.
Com o Zebra
Frutas para os corredores
A largada aconteceu pontualmente, seguimos pelas ruas da cidade, até atingirmos a rodovia, de lá percorremos cerca de um quilômetro até entrarmos numa estrada de terra. Nesse momento, o que considero o mais bacana da prova, o sol já dava sinais da sua forte presença e era um componente a mais para ser vencido. Não tive problema com os postos de água, que estavam bem visíveis e correspondeu às expectativas. Após subidas e descidas pelos caminhos vicinais, retomamos a rodovia de acesso à cidade. Ali, o sol já consumia o asfalto, os atletas diminuíram a velocidade e muitos se rendiam ao cansaço e optavam por caminhar. Eu estava com as pernas pesadas, muito pelo recomeço da temporada, porém, não caminhei em nenhum momento.
E a corrida começou assim...
...e terminou assim!
O final, pelas ruas da cidade, foi muito divertido, os moradores acompanhando e incentivando os corredores, além das ruas estarem em perfeito estado (no ano passado estava em reformas). Finalizei os 15,6Km com o tempo de 1h15min, chegando na 86ª posição. Um fato inédito aconteceu, nos meus quase doze anos nas corridas: assim que cruzei a linha de chegada fui imediatamente cumprimentado pela prefeita da cidade, que me parabenizou e me agradeceu pela visita á Paraisópolis. Ela fez o mesmo gesto com todos os corredores, sem exceção, achei de uma cordialidade sem igual e, sem pensar em fins políticos, é uma atitude nobre e receptiva, ainda mais vindo da mais alta autoridade do lugar. Um exemplo a ser seguido.
Com a prefeita da cidade
Os meus amigos adoraram a prova e estão animados para retornar em 2014. Recebi uma bela medalha, além da grande recepção de frutas (maçã, melancia e banana). Havia também os representantes da Red Bull, distribuindo energéticos gratuitamente aos atletas antes e depois da prova. Antes de retornar à casa da Dona Rosa, paramos para tomar um açaí, outra especialidade do lugar. Infelizmente não pudemos permanecer mais tempo, já que a partida do ônibus rumo a São Paulo estava prevista para as 12h30. O retorno foi tranquilo, dormi praticamente a viagem inteira, mas o melhor disso foi conhecer novos amigos, situação que as corridas proporcionam.
Medalha da edição 2013
No meu próximo relato contarei como foi a 1ª etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha, em Mairiporã, o meu artigo dessa prova já foi publicado no site www.corridasdemontanha.com.br. No entanto, aqui no blog ainda é inédito (risos). Ainda contarei o episódio da minha contusão, o que me afastou das corridas no último mês.

Até a próxima!

Um comentário:

  1. Dan, eu relato sempre tão detalhado, nos faz sentir presente, muito bom! Agora, me fala, só podia ser com vc hein, até prefeita da cidade te cumprimentando, kkkk, adorei!!! E se cuida, assim logo,logo de volta as pistas e aos relatos! bjs

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