quinta-feira, 10 de maio de 2012

[PARTE 3] Aventura no El CALAFATE

Mini-Trekking no Perito Moreno (geleiras)
Olá amigos, a minha aventura no frio do “El Calafate” chega ao fim com esta postagem, onde contarei sobre o agradável passeio no Parque Nacional dos Glaciares. Após ter concluído a Meia Maratona e participado da cerimônia de encerramento no dia anterior, acordei bem cedo no domingo, pois ônibus da excursão “mini-trekking” passaria no hotel para me buscar. Tomei um café reforçado, afinal, já havia recebido o aviso de que não havia comércio no local. O tempo que levei para tomar o café e o retorno ao meu quarto foi suficientemente “cronometrado”, pois foi nesse instante o funcionário do hotel me cientificou da chegada do guia de turismo. O hotel em que eu estava hospedado foi a primeira parada do ônibus, logo, consegui escolher o primeiro banco, teria a vista “livre” para curtir a viagem. O ônibus fez parada em diversos hotéis, até que, com praticamente todas as vagas preenchidas, seguiu viagem rumo ao Parque Nacional dos Glaciares.
Já conhecia o caminho, afinal, foi o mesmo do dia anterior para o local da prova, dessa forma, nada de muito novo no percurso, exceto pelo fato de que estava amanhecendo, muito legal acompanhar esse fenômeno da natureza. Em pouco mais de cinquenta minutos já estávamos nas dependências do parque, na portaria, onde um fiscal conferiu se todos os turistas estavam com os seus respectivos ingressos. Seguimos de ônibus por mais alguns quilômetros, até chegarmos aos barcos, que nos conduziria até o local do trekking propriamente dito. Quero lembrar que durante toda a viagem, o guia do passeio fez uma apresentação do local, rico em detalhes, falando em espanhol, seguindo o mesmo roteiro no idioma inglês. Mostrou ter um bom domínio dos idiomas e do conteúdo transmitido aos turistas. Não aparentava estar muito frio, acredito que o número de blusas que eu estava vestindo conseguiu neutralizar as correntes de ar frio (risos). Sem perder tempo, entramos no barco e seguimos uma curta viagem de aproximadamente trinta minutos, porém, o suficiente para eu registrar fotos maravilhosas.
À medida que o barco se aproximava, uma verdadeira “parede” de gelo ganhava forma, uma imagem impressionante, difícil de descrever, nem mesmo as fotos são capazes de retratar a grandiosidade daquilo que eu presenciei. Confesso que as fotos que eu vi pela internet antes a viagem não havia me causado tanto impacto, mas, observando pessoalmente, a poucos metros de distância, realmente me deixou impressionado. Em todas as minhas viagens mundo afora, até então, nunca havia visto uma paisagem natural daquela magnitude, e para aqueles que pretendem um dia conhecer o El Calafate, não podem deixar de assistir esse verdadeiro espetáculo da natureza. Descemos do barco e seguimos por terra o passeio, no entanto, tivemos uma rápida preleção dos guias, admito que não prestei muito atenção, pois estava “atordoado” com aquele cenário. Ainda pude deixar as minhas coisas numa espécie de guarda-volumes do “Zé Colméia” (risos), era uma casa toda revestida em madeira que tinha o propósito dos turistas guardarem os seus pertences e seguir o trekking sem ter a necessidade de carregar muito peso.
A melhor parte do passeio começou a partir do momento em que paramos numas barracas próximo às geleiras, onde teríamos que colocar um equipamento por baixo do tênis para poder caminhar no gelo. Uma espécie de “sapatilha” com cravos de ferro, que diziam ser a melhor forma de aderência ao caminhar naquelas circunstâncias. Feito isso, iniciamos a caminhada sobre o gelo, uma experiência nova para mim, e também desafiador. Outra exigência para estar ali é o uso de luvas, afinal, o contato da pele numa eventual queda, poderia causar sérios problemas (pele grudaria no gelo e causaria um acidente sem precedentes). Perdi as contas de quantas fotografias eu tirei num curto espaço de tempo, tudo ali precisava ser registrado, não queria perder um segundo lugar. Dois guias nos acompanharam, eles eram muito pacientes, paravam a todo o momento para que pudéssemos apreciar a vista e fotografar. Ao atingirmos um certo ponto da caminhada no gelo, fomos presenteados com uísque e alfajor, sendo que tínhamos a opção de tomar acompanhado com gelo extraído da própria geleira. Foi muito divertido, todos brindaram e é claro, esvaziaram as garrafas! (risos). Depois disso, retornamos pelo caminho que iniciou o passeio.
Regressamos de barco até o local onde o ônibus havia nos deixado pela manhã, o passeio ainda não havia terminado, seguimos até o local da chegada da meia maratona, um ponto bem alto no Parque Nacional dos Glaciares. Lá, teríamos a oportunidade de observar o “Perito Moreno” (nome original da geleira) sob outro ângulo. Desci vários lances de escadas e segui por longos corredores, sempre procurando o melhor local para fotografar. Detalhe interessante: o percurso total era de aproximadamente cinco quilômetros, sendo três em direção ao sul e dois em direção ao norte. O lado norte já conhecia pelo passeio de barco, portanto, segui pelo lado sul. Como não poderia ser diferente, obtive fotos maravilhosas, todas em alta definição e sem “terceiros” na imagem, ou seja, todas as fotos saíram “limpas”. Não falei da temperatura, estava frio, porém, com o número de blusas que estava vestindo, cheguei a sentir calor de tanto caminhar e caminhar naquele passeio (risos). Nisso, o relógio já batia quase dezesseis horas, ainda encontrei a Ana (que correu comigo) num outro grupo de turistas realizando o mesmo passeio.          
E assim terminou o excelente passeio pelo Parque Nacional dos Glaciares, ao chegar ao hotel, descansei um pouco e, ao anoitecer, fui ao centro da cidade procurar um lugar para jantar. Tive a oportunidade de experimentar o famoso sorvete de “El Calafate”, tradicional da região e “obrigatório” a todo turista que passar por lá. Antes de dormir, arrumei as minhas malas, pois o retorno ao Brasil seria no dia seguinte (segunda-feira). Acordei bem cedo, tomei um rápido café e em poucos minutos o translado já estava no hotel para me levar ao aeroporto. Não entrarei em detalhes no retorno, pois deixarei os leitores saborearem as fotos que tive a rara oportunidade de tirar no Parque Nacional dos Glaciares.
Resumo da viagem: uma experiência incrível. Foi a terceira vez que fui á Argentina, até então já conhecia Buenos Aires (ocasião da Meia Maratona em 2008) e a Villa La Angostura (Maratona K42 em 2009). Correr a primeira edição da “Media Maratón del Glaciar”, foi sensacional, por todos os motivos possíveis, afinal, ser um dos brasileiros a fazer parte de um evento inédito até para os próprios argentinos, sem dúvidas, é algo a ser lembrado para toda vida. Nunca havia corrido com variantes de temperatura: sol, chuva, flocos de neve, vento, arco-íris, asfalto seco, asfalto molhado, subidas íngremes no final da prova, um verdadeiro silêncio durante todo o percurso, coisa rara hoje em dia, independente da distância ou tipo de corrida. A organização foi impecável do início ao fim: congresso técnico, trabalho muito bem feito durante a prova e o encerramento, com a cerimônia de premiação e fotos e vídeos feitos no percurso. Já fiz provas inesquecíveis, como a Maratona de Paris (2010) ou mesmo a Maratona de Florença (2010), tenho ótimas recordações de todas, mas quero deixar registrado como essa Meia Maratona dos Glaciares me impressionou, por todo o cenário em que ela ocorreu. Fica a dica, quem puder não deixe de participar, certamente haverá próximas edições, a organização prometeu a 2ª edição para 2013.
Agradeço a todos que acompanharam as duas primeiras partes no blog e também a paciência por terem esperado o fechamento dessa maravilhosa viagem. Na próxima postagem, colocarei alguns vídeos (bem amadores) que fiz no local, mais uma fonte para vocês se inspirarem a encarar esse grande desafio no futuro. Um grande abraço a todos!


GALERIA DE IMAGENS

Lembrando que todas as imagens foram feitas por mim, com a minhas câmeras Nikon e Sony, espero que gostem!

2 comentários:

  1. Dan...relato muito bem feito, agora as fotos são uma universo a parte,nossa!!!!!Creio que quando o humano não quer ser melhor ou ultrapassar o Divino, teremos ainda por muito, muito tempo esse espetáculo natural!!!!Parabéns pela bravura, ter participado dessa maravilha....agora....espera... não estava muito frio??? Quantas blusas vc usou para segurá-lo???? rsrsrs, bjs e até a próxima!!!

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  2. Olá Daniel

    Legal seu relato sobre a Meia del Glaciar.
    Estou pensando em fazê-la no próximo ano, mas tenho um grande receio: o frio. Não sou acostumada a correr em baixas temperaturas (sou cearense!) e temo pelo frio. Vi o relato do Sérgio Rocha que falou mt do frio e dos ventos.
    Além de questionar sobre o frio, queria lhe perguntar tb a respeito do glaciar.
    Sei que pra fazermos a prova temos que comprar o ingresso para o parque, não é isso?
    Vi que vc voltou no dia seguinte para visitar o glaciar. Então teve que comprar outro ingresso.
    Não é possível fazermos a visitação ao glaciar após a prova?
    Se puder me responder pro email, agradeço:
    liaccampos@gmail.com

    Obg
    Lia

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