quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Pé no asfalto: FILA Night Race

Olá amigos, a minha vida não era mais a mesma depois do dia 17 de março de 2013, já que a Maratona do Deserto do Atacama havia desafiado todos os meus limites possíveis, tanto do corpo quanto da mente. Eis que algo surpreendente aconteceu: a minha dor (tendão) havia desaparecido! Sem explicações clínicas, não fazia ideia do que poderia ter cessado aquele problema. A semana pós-maratona seguiu apenas com a musculatura voltando ao normal depois de ser muito exigida no domingo anterior, até mesmo o incômodo na virilha havia passado. Num primeiro momento eu fiquei preocupado, será que eu conhecia mesmo o problema com o qual estava lidando? 


Para provar a mim mesmo que estava praticamente recuperado, fiz a inscrição nos 10Km da FILA Night Race, evento noturno marcado para o dia 13/04/13. O kit continha muitas coisas bacanas: além da belíssima camiseta manga longa, uma sacola porta tênis, um bracelete de led, uma par de cadarços e um porta número de peito. O local de retirada facilitou e muito para mim: na loja Velocità em Pinheiros. Tinha em mente fazer uma corrida tranquila, com uma boa margem de segurança, sem forçar em nenhum momento, afinal, tinha que conferir se realmente estava recuperado. Fui com a minha amiga Priscila, que me deu uma carona naquele sábado “gelado” em São Paulo.


A estrutura da organização foi uma exuberância de luzes, o palco estava bem posicionado, havia algumas assessorias instaladas e a tradicional tenda da “foto oficial” e um show ao vivo para animar (e esquentar) a galera. Sob uma fina garoa, a largada aconteceu as 20h00 na Raia Olímpica da Cidade Universitária, também havia a opção de correr cinco quilômetros. O percurso não teve muito segredo, praticamente o traçado que boa parte dos corredores estão acostumados. Pela baixa temperatura, seria uma prova rápida (não para mim, que estava ali para testar o tornozelo – risos). Havia um grande número de fotógrafos espalhados pelo percurso, além de vários staffs auxiliando os atletas.


Hoje em dia existem tantas provas noturnas e quase homônimas, às vezes me confundo, pois todas possuem “night”, talvez pela necessidade de incutir aos atletas de que trata-se de uma prova noturna. Quando converso com as pessoas sobre corridas à noite, tenho que deixar claro sobre qual evento estou me referindo, visto que se eu somente dizer que corri uma prova “night run”, estarei sendo genérico – risos. Retomando sobre a prova, os atletas pareciam não se incomodar com a garoa, a animação era maior, o que garantiu o sucesso do evento. Geralmente corro escutando músicas, fica difícil escutar alguém reclamando, xingando ou coisa parecida, acabo fazendo o papel do “anônimo presente” (risos). No final das contas, acho que estou certo!


Ao final, cruzei a linha de chegada com o razoável tempo de 52 minutos, o que me deixou bastante satisfeito, pois corri com um olho no percurso e outro no tornozelo (risos), comemorei pelo fato de não ter sentido dor alguma. Cheguei a dizer a alguns amigos que era o “Milagre do Deserto”, pois não havia explicação palpável que justificasse o seu completo desaparecimento. A vida tem esses mistérios, fiz uma maratona insana, a dor que estava tratando aflorou na metade do percurso, junto com ela um incômodo na virilha que aumentava mais e mais quando de repente, por um simples “passe de mágica”, desapareceu no meio daquelas infinitas dunas. Prefiro concordar com alguns amigos, que atribuíram essa melhora as intensas atividades de recuperação que eu vinha fazendo dois meses antes de viajar.


Recebi uma medalha muito bonita, a primeira depois de todo sofrimento que passei. Mas o final de semana ainda não havia terminado: por uma questão de teimosia (e irresponsabilidade), estava inscrito numa prova de 5Km no dia seguinte pela manhã. No próximo texto contarei sobre o Circuito Contra o Preconceito, corrida que aconteceu no Vale do Anhangabaú (centro da cidade de São Paulo).

Informações sobre inscrições: www.filanightrace.com.br

Um comentário:

  1. Mas olha só, você realmente teste seus limites, uhuuuu!!!! Adorei o "milagre do deserto", claro que com todo trabalho que realizou, milagres são obras divinas e concedidas aos merecedores, então..... você mereceu!!

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