domingo, 19 de dezembro de 2010

[RELATO] Maratona de Florença + Aventura na Itália

Olá amigos, irei relatar todos os detalhes da minha segunda visita à Europa neste ano, desta vez com destino à Itália, bem como tudo o que aconteceu na XXVII Maratona de Florença, que ocorreu no dia 28/11/10.

24/11 (o embarque) e 25/11 (chegada à Itália)

O embarque ocorreu no Aeroporto de Cumbica (Guarulhos) às 21h35, pela rota traçada, seriam mais de 7 horas voando sob o oceano atlântico. A viagem foi tranquila, durou aproximadamente 11 horas e tão logo já estava em Madrid, onde seria feita a conexão. Desembarquei na Espanha pontualmente às 10h35 (horário local), mas teria que ser tudo muito rápido, pois a conexão estava prevista para as 11h50. Fiquei vislumbrado com o Aeroporto de Barajas, com uma infra-estrutura de causar inveja, tanto que precisei me locomover com um metro do próprio aeroporto até o terminal que seria realizado o novo embarque. Lembrando que o fuso horário em relação ao Brasil são 3 (três) horas à frente de diferença.
Aguardando o embarque
Pontualmente às 11h50 embarquei com destino à Itália, lá foram apenas duas horas e meia de voo, tão logo já estava na capital italiana. Após pegar a minha bagagem, estava indo em direção ao terminal de trem que serve no aeroporto com destino a Estação Termini, a principal rede de trens e metros da Itália, onde havia partidas para toda a Itália e outros países da Europa. Porém, fui abordado por uma pessoa que perguntou se eu não queria ir para o mesmo destino só que por meio de van, pois seria mais rápido. Acabei optando pela van, assim poderia ter a minha primeira noção de espaço na cidade italiana, acabei me arrependendo, pois o que seria de trem uma viagem de 30 minutos, de van acabou durando mais de 1 hora, pois havia muito trânsito, sem contar as paradas em hotéis para deixar outros turistas.
Aeroporto de Barajas - Madrid/Espanha
Chegando na Estação Termini, eu estava totalmente perdido, além de ser um lugar enorme, havia muita gente, vindo de todas as direções, falando os mais variados idiomas, havia muitas máquinas eletrônicas para compras de bilhetes, tinha também um telão enorme onde era informado os horários dos trens, porém eu ainda não compreendia aquela “leitura”. Optei por entrar na fila, quando a minha vez chegou resumi apenas que queria um bilhete para Florença (Firenze). Me assustei logo de cara com o preço da passagem (42 euros – cerca de 120 reais). Foi assim que andei pela primeira vez no famoso Eurostar (um dos trens mais luxuosos e rápidos da Europa). Peguei o meu bilhete, porém, não entendia as informações contidas nele, perguntei para um transeunte e esse me informou a plataforma de embarque. Realmente o Eurostar é muito confortável, nem se compara aos trens brasileiros, fiquei acomodado na 2ª classe. Não pude curtir muito a viagem, pois já estava de noite, porém em menos de uma hora e meia já estava respirando ares advindos da região da Toscana.

Eurostar
Não tive dificuldades para encontrar o hotel, pois já havia visto no Google View a rua, o que me deixou mais tranqüilo foi o fato do hotel Machiavelli Palace estar localizado a trezentos metros da Estação Santa Maria Nouvelle. O hotel era simples, porém muito confortável, guardei as minhas coisas e não perdi tempo, saí para conhecer a cidade e encontrar um restaurante para jantar. Outro ponto a ser observado: no inverno europeu os dias são mais curtos, o nascer do sol ocorre lá pelas 07h00 e o pôr-do-sol pelas 16h30, por isso teria que aproveitar o máximo a cidade durante o dia. Chegando ao restaurante, pedi logo a especialidade da casa: MASSA. E seguindo o conselho do meu amigo Aldo, que faz Deep Running comigo, pedi a famosa “bisteca fiorentina”, comprovadamente saborosa. Não inventei na bebida, tudo foi acompanhado com coca-cola. Resolvi testar o cartão de crédito e fiz o pagamento com ele, isso foi muito relevante, visto que era mais uma segurança financeira naquele lugar (e mais uma tremenda forma de gastar – risos). Estava muito frio, por isso, retornei ao hotel para organizar as coisas, afinal, com toda aquela adrenalina, estava muito cansado da viagem e do deslocamento até Florença.

Bisteca Fiorentina

26/11 (sexta-feira) – Como é bom estar em Florença

Acordei junto com o amanhecer, por volta das 07h00, tomei o café, fiz algumas perguntas à recepcionista e saí para conhecer a cidade. Entrei numa loja, comprei um bilhete de ônibus e um cartão postal. Minha amiga Regina havia me pedido que quando estivesse na Itália lhe enviasse um postal, em seguida peguei o primeiro ônibus que apareceu, o meu interesse era conhecer os lugares sem a preocupação de itinerário etc. A exemplo da minha estadia na França, em abril, os ônibus na Itália não tem cobrador, o bilhete é colocado pela metade numa máquina eletrônica onde é validado, após a primeira validação ele permite a utilização por setenta e cinco minutos. Somente numa ocasião o fiscal me abordou para verificar se eu portava o bilhete. Outro detalhe, o embarque e desembarque pode ser feito em qualquer das três portas. Coincidentemente cheguei na Praça Michelangelo (onde seria o local da largada da Maratona), estava muito frio, apesar do sol que aparecia bem fraquinho. Estranhei que a cidade estava vazia, acreditei que o inverno havia espantado os turistas; fotografei e fui atraído para uma pequena igreja, mal sabia que por trás da igreja havia um cemitério, cujas lápides em sua maioria eram padres e pessoas que lutaram na guerra; o local, muito bem cuidado, estava praticamente deserto.


Vista de Florença a partir da Praça Michelangelo
Rua em Florença
Conheci a famosa Ponte Vecchio, aquela que sobreviveu aos bombardeios da guerra (ponte habitada) às margens do Rio Arno. O tempo foi passando e quando dei conta já estava na hora do almoço, não perdi tempo e retornei ao centro de Florença, peguei um outro ônibus em direção à ExpoMarathon para efetuar a retirada do kit. O clima estava agradável, retirei o kit, mas não olhei o conteúdo dele, em seguida fui comer uma macarronada na “Marathon Party”, a preço muito baixo, o que me fez fazer uma boa economia (risos). Passeando pela feira, fui conhecendo os estandes de outras maratonas européias, consegui até me comunicar com algumas pessoas. Não resisti e comprei uma calça de corrida da marca adidas, modelo que nunca vi no Brasil, na mesma loja (espaço adidas) adquiri também uma jaqueta. Comprei também um par de tênis Nike Pegasus 27 (custou 70 euros, observem o valor do mesmo modelo aqui no Brasil). Vi uma camiseta regata escrita “Firenze Marathon”, que mais tarde acabei utilizando na maratona e também uma touca com o mesmo título. Aquele dia foi a “festa do cartão de crédito” (risos). Fiquei praticamente a tarde inteira na feira, e quando me dei conta já era final de tarde, quase início de noite.

Expo Marathon
Kit da 27ª Firenze Marathon (detalhe, calça no lugar da camiseta)
Retornei ao hotel, guardei as novas aquisições e saí para jantar, comi um outro tipo de massa, e pedi um outro tipo de bisteca, que também era suculenta. Fui a uma lan house próximo ao hotel, estranhei na hora algumas teclas, posicionadas de maneira diferente dos teclados brasileiros. Conheci a Marjan, dona da loja, uma iraniana muito simpática, até que conseguimos trocar algumas palavras, visto que ela falava um italiano muito fluente e eu conseguia compreender algumas coisas. Antes de retornar ao hotel, passei numa padaria para comprar água e alguns biscoitos. A noite estava muito agradável, apesar de muito fria, acredito que estávamos a uns 4ºC. Retornei ao hotel, assisti um pouco de televisão, engraçado que consegui assistir filmes, mesmo que em italiano sem nenhum problema, lógico que não compreendia tudo o que falavam.

Hora do jantar

27/11 (sábado) – Conhecendo Siena e Pisa

Todos sabem que vim para essa maratona sem ter realizado um único treino, o máximo que havia feito em asfalto desde a minha contusão no tornozelo, em agosto, foi a corrida Track&Field Shopping Anália Franco duas semanas antes do embarque, portanto, estava curtindo a viagem em vez de ficar pensando na maratona. É verdade que as aulas de Deep Running haviam me dado muita confiança para encarar aquele desafio, que por si só já é difícil, imaginem fazer aquilo sem treino. Tomei café e rapidamente já estava numa pequena rodoviária em que os ônibus eram chamados de “Sita”. A viagem até Siena durou uma hora e em pouco tempo já estava na pequena cidade vizinha. Conheci a famosa praça principal, conhecida como “o Campo”, em formato de arco, onde havia corrida de cavalos na Idade Média, além de eventos cívicos. Conheci o Duomo, uma catedral suntuosa, além do Museu de Ópera do Duomo, todos fantásticos. Aos poucos fui percebendo que não era primordial entrar em museus para conhecer toda aquela cultura, pois a Itália é em si, pelas ruas, praças, construções, uma verdadeira cultura-viva da História.

Siena observada do alto
Siena sob outro ângulo
Permaneci em Siena no período da manhã, retornei a Florença e de lá peguei um trem até Pisa, famosa por abrigar a Torre inclinada. Cheguei lá e estava abarrotado de turistas, em sua maioria orientais, já não encontrava mais aquela dificuldade inicial de me locomover de trem, já entendia perfeitamente as informações contidas no bilhete, já me sentia mais seguro. Já em Pisa, peguei um ônibus até o Campo dei Miracoli e rapidamente já estava no local mais procurado pelos turistas. A Torre “torta”, como muitos conhecem, estava aberta a visitação, com horário marcado de meia em meia hora até as 16h30. Eram 15h40, consegui comprar o bilhete para as 16h00, para subir era necessário guardar mochilas num espaço reservado. A sensação de estar no alto daquela famosa torre é incrível, é possível ver a cidade por completo, é uma visão diferente, não existem prédios altos, como acontece aqui, todo o traçado é padronizado, parece cidade cenográfica de filme de época, é claro que fotografei das mais diversas formas. Peguei o trem de volta a Florença, pois era véspera de maratona e precisava descansar um pouco. Entrei numa pizzaria próxima ao hotel e fiz o meu pedido “Pizza veneziana”, mal sabia o que viria pela frente, quando chegou vi que era enorme, com muita pimenta e queijo. Como sou “especialista” em fazer coisa errada em véspera de prova, comi aquela pizza inteira, acompanhado de suco de laranja. A movimentação de atletas na cidade já era visível, na própria pizzaria havia alguns grupos de corredores. Retornei ao hotel e preparei as roupas para o grande dia, dormi cedo, até ali tudo conforme o planejado.

Pisa
Pisa - vista a partir da Torre inclinada

28/11 – O grande dia: XXVII Firenze Marathon

Mapa do percurso
Parecia que havia ocorrido uma revolução durante a madrugada, o dia estava assustadoramente frio, com uma garoa para agravar as coisas. Tomei um rápido café, apenas um copo de suco e uma fatia de pão com geléia. Ao sair do hotel, a pacata Florença estava agitada, e olha que eram apenas 07h30. A organização informou que haveria transporte até o local da largada, mas a minha idéia era pegar um táxi. Os pontos de ônibus estavam lotados, a garoa persistia, conhecei o Luis, um espanhol que iria correr a sua segunda maratona na vida. Conversamos e combinamos de dividir o valor do táxi, porém o problema era encontrar um táxi naquela agitação toda. Optamos por ir caminhando até o local onde estariam os ônibus da organização, eis que não observei um item no regulamento, que se não fosse o Luis me avisar, passaria despercebido: o guarda-volumes seria num lugar diferente da largada, então, eu quase cometi o erro de ir com a mochila até a largada e não ter onde guardar as minhas coisas. Feito isso, coloquei uma capa que deram no kit, assim evitaria um pouco de estar completamente molhado antes da prova. O local exato onde parariam os ônibus estava confuso, eis que resolvemos ir a pé até o local da largada, foram uns vinte minutos caminhando. Quando chegamos à Praça Michelangelo, talvez por conta da chuva, que havia aumentado, estava uma tremenda confusão, em outras palavras, eu achei desorganizado.
Rio Arno (Firenze)
Lado frontal da medalha da maratona
A largada estava prevista para ocorrer às 09h15, havia um narrador entusiasmado, mas que eu não compreendia nada do que ele falava, as pessoas estavam animadas, apesar do frio e da chuva. Eu estava apreensivo, pois ali seria a minha prova de fogo (torcendo para a chuva não apagar – risos). Corri ao som das músicas que vem me acompanhando nos últimos tempos (Guns N’ Roses e Tube), tinha em mente fazer uma prova tranquila, sem pressa, com a preocupação de não forçar para não sentir dores. Os primeiros cinco quilômetros foram tranqüilos, concluindo em vinte e nove minutos. Os postos de hidratação eram a cada cinco quilômetros, neles havia água, isotônico, chá (isso mesmo chá bem quente) e frutas. A partir do primeiro posto de hidratação, entrei num parque extenso, onde percorri uns bons oito quilômetros. Quando atingi o Km15, haviam se passado uma hora e vinte e seis minutos, o que era excelente, por todas as razões que já citei. Quando completei a meia maratona, estava por demais contente, as pernas respondiam bem, apesar dos primeiros sinais de fadiga, mas nem sombra das dores que me afastaram das corridas. O percurso era único: passei por parques, praças, ruas famosas, enfim, estava percorrendo os principais pontos de Florença naquele momento. Apesar da chuva, havia o incentivo do público, de todas as partes do mundo, que estavam ali para apoiar seus amigos, parentes e conhecidos. Não vi nenhuma bandeira do Brasil, porém eu respondia “Brasil” toda vez que alguém falava o meu nome, que estava escrito no número de peito. Havia bandas pelo caminho, tentando animar os atletas. A sinalização era feita por quilômetros e por milhas. Quando atingi o Km30 o cansaço era enorme, diminui o ritmo, mas não deixei de correr, sentia apenas as pernas pesadas, mas nem sinal das dores. Encontrei uma maneira de vencer os obstáculos: em vez de pensar no todo, eu pensava em partes, o meu objetivo a partir dali era completar os cinco quilômetros seguintes, pois sabia que haveria posto de hidratação e conseguiria recarregar as energias, com esse pensamento fui alcançando os postos, até que chegou no Km35 e pensei “só falta mais um posto a ser conquistado”. Quando cheguei ao Km40 fiz uma reverência em reconhecimento por ter, a duras penas, conseguido chegar até lá. Dali em diante foi só festa, no final passei pelas margens do Rio Arno, e entrei no coração da cidade, a festa era enorme, nem o frio, nem a chuva conseguiram atrapalhar aquele dia, acredito que até contribuíram pela grandiosidade do evento. Ao final, muito cansado, completei a maratona com o tempo de 04:16:24. A minha alegria era completa, não sabia se ria, se chorava, se fazia as duas coisas ao mesmo tempo, só sei que um filme passou pela minha cabeça, nele estavam situações, pessoas, músicas, tudo o que se pode imaginar. Peguei a medalha, em homenagem ao Dante Alighieri, foi dado também uma manta térmica, além de frutas e uma garrafa de suco. Não tive problemas no guarda-volumes, pois estavam bem divididos em baús (de caminhões), todos por uma determinada quantidade de números, o suficiente para dispersar os atletas e não causar tumultos. Mais um agravante que esqueci de citar: quando saí do Brasil estava com dores de garganta, e isso evoluiu de forma a tornar uma forte gripe, corri a maratona inteira com o nariz escorrendo. Mais tarde, fui descobrir que dos mais de sete mil inscritos que concluíram a maratona, apenas três foram brasileiros (e eu fui um deles).

Após a maratona
Com a medalha
Se já estava frio durante a maratona, imagine após o término, quando o corpo esfria? Pois bem, foi uma longa caminhada até o hotel, passei um frio daqueles de jamais esquecer, porém com a sensação de dever cumprido, de vitória, de ter feito algo em desafiei todos os meus limites. Cheguei ao hotel, tomei um belo banho e dormi por umas 3 horas, afinal estava exausto. Quando acordei, já era noite, apesar de ser 17h00 (risos). Fui até a lan house contar as novidades para o pessoal do Facebook e depois fui até a padaria comprar algo para comer, algo que fosse leve. Comprei uns biscoitos caseiros, além de um refrigerante e retornei ao Machiavelli Palace. Pretendi descansar na minha última noite em Florença, antes de partir para Veneza, no dia seguinte. Ao amanhecer, ainda fui até o Duomo de Florença, fotografei, comprei algumas lembranças e retornei ao hotel. Antes de fechar a conta, fui até a lan house me despedir da Marjan, dei a ela 4 moedas, de 1 real, de 50 centavos, de 25 centavos e de 10 centavos, como recordação, detalhe que ela não cobrou a minha última utilização na lan (risos).

Outro lado da medalha da maratona

29/11 – Em Veneza...

Em Veneza, nesse dia teve até pôr-do-sol
Peguei o Eurostar em Florença com destino a Veneza, foram quase 3 horas de viagem. Por ser durante o dia, pude acompanhar todo o percurso da bela região da Toscana, detalhe que em alguns pontos havia nevado, o que ratificava a queda da temperatura, mostrando a todos que o inverno havia de fato chegado. Quando desci do trem, o cenário era fantástico: aquele céu azul, um pôr-do-sol que até então só havia visto em filmes. Intuitivamente, comprei um bilhete para o vaporetto (ônibus aquático) e de acordo com o guia de bolso, o meu hotel ficava próximo a Praça São Marco, logo peguei um vaporetto que parava em São Marco. Não foi a primeira vez que andei de barco, mas a sensação foi de que aquela estava sendo a estréia. É igual a um metro ou trem, só que na água, vai parando de ponto em ponto, muito divertido. Já na Praça São Marco, tive dificuldade de encontrar o hotel e fui logo pedindo informações. Ainda não falei da vista do lugar, creio que as fotos responderão melhor que qualquer definição escrita. O Hotel Antico Panada, tinha mais conforto que em Florença, estava situado atrás da Praça São Marco, quem chega pela primeira vez, vê muitas dificuldades, mas depois aquilo ser torna muito fácil de ser encontrado. A exemplo de quando cheguei em Florença, cheguei em Veneza no final do dia, porém, tão logo cheguei, já saí para conhecer a cidade, apesar do frio, andei de barco por quase duas horas. Ainda fui num restaurante, comi uma macarronada com molho de salmão e dessa forma, encerrei o meu primeiro dia em Veneza.

Um dia depois a cidade estava alagada
Gôndolas passando pelo canal de Veneza

30/11 (terça-feira) Explorando Veneza pela água e por terra

O dia anterior parecia miragem em relação ao que me esperava, o dia estava irreconhecível, um frio muito pior que em Florença, só estava faltando nevar, coloquei duas calças e quatro blusas para sair. Após o café da manhã, fui perambular pela cidade, não é um lugar grande o que dificuldade é que parece um labirinto, portanto, um dia ou dois é o suficiente para percorrê-la por completo. Na parte da manhã andei de barco e depois de ônibus, acredito que a única forma de conhecer os lugares, além de um bom guia, é ir “sem destino” para ver onde vai dar. Na parte da tarde, estava garoando, parei para comer um lanche e depois fui ao famoso Palácio Ducale, localizado na Praça São Marco. Lá é proibido fotografar, por isso não tenho nenhum registro interno, de qualquer forma, fiquei impressionado com as salas, de uma riqueza histórica sem igual. Passei praticamente a tarde inteira naquele palácio, ainda deu tempo de ir ao Museu Correr, antes do anoitecer. Estava muito frio e uma garoa intensa, sem intervalos, porém, resolvi sair para jantar, comi no mesmo restaurante da noite anterior, e depois retornei ao hotel.

Observem o nome do ponto de "ônibus aquático"
Movimentação dos barcos no Canal de Veneza
No dia seguinte, quarta-feira, resolvi conhecer a cidade vizinha, Padova, porém, ao sair do hotel estava muito frio e a cidade havia sido invadida pelas águas, sendo que era inviável caminhar pelas ruas e calçadas próximas ao canal, sendo colocados plataformas de quase um metro de altura para as pessoas circularem. A viagem até Padova durou cerca de uma hora, fui de ônibus, chegando lá, estava chovendo muito, mal conheci a cidade e já retornei à Veneza, só que dessa vez foi de trem. Não andei de gôndola, visto que era muito mais divertido curtir a cidade nos vaporettos. Continue a andança pela cidade, tomei sorvete mesmo estando gripado, depois de tanta gente falar no sorvete italiano. A noite resolvi sair pela cidade, que estava começando a ser preparada para receber o natal, luzes estavam sendo colocadas na área comercial, próxima aos canais e nessas idas e vindas encontrei por acaso o famoso bar “Hard Rock Café”, tomei uma bebida chamada “Alabama” e fui caminhar às margens do canal. Fui tomado pela curiosidade ao ver muitas pessoas entrando num barco enorme, apesar de ser de noite, entrei para ver até onde ia. A viagem foi excelente, durou cerca de uma hora e meia, depois retornei no mesmo barco. Não falei sobre o bilhete, lá haviam vários tipos, por exemplo: o unitário custa 6,50 euros, se a pessoa quer um que dure 12 horas, custa outro valor, se quer outro por 24 horas, custa outro valor (foi o que eu comprei) pois ele permitia viagens ilimitadas de barco e ônibus no período de 24 horas.

Veneza é pequena, porém, os seus labirintos confundem o turista

02/12 – Próximo destino: Roma

Coliseu
O dia estava um caos, a cidade havia sido inundada pelas águas, vi inclusive no site do UOL manchetes sobre Veneza, pensei: “caramba, estou aqui”. Tomei o café normalmente, preparei as minhas coisas e fui para a Estação Ferrovia. Quando cheguei, a bilheteria estava interditada, por conta das fortes chuvas os computadores não estavam funcionando. Eu teria que comprar o bilhete dentro do trem com funcionário da Trenitalia. Porém, pude provar na pele a primeira falha de comunicação, pois naquele momento (11h25) estava a cinco minutos do trem com destino a Roma partir, eis que entrei no trem, porém o funcionário, não sabendo da história do problema da bilheteria, disse que sem bilhete eu não embarcaria, tive que sair e ir pedir mais informações, pois eu poderia ter entendido errado sobre comprar bilhete estando a bordo. Os trem com destino a cidades como Florença, Napoles, Roma são de hora em hora, exceto no horário das 12h30, onde não há partidas, ou seja, tive que permanecer na estação por duas horas. Não esquentei a cabeça, simplesmente sentei e esperei. Finalmente as 13h30 embarquei, mesmo sendo Eurostar, ele fez paradas em Padova, Bolonha e Florença, antes de chegar no destino final, em Roma. A viagem durou duas horas e meia, cheguei em Roma no cair da noite, dessa vez mais familiarizado com a grande movimentação daquela estação. Como não queria perder tempo, pela primeira e única vez optei por pegar táxi para me levar até o Iberia Hotel. Depois verifiquei que não era necessário, pois o hotel fica a pouco mais de um quilômetro de distância. Outro grande acerto em minha viagem foi a localidade dos hotéis em relação às principais estações de transporte, pois contribuiu em muito para o sucesso da viagem. Já em Roma, a temperatura estava muito agradável, tanto que utilizei somente uma blusa. Bom, para não perder tempo, naquela mesma noite, saí para conhecer um pouco a cidade e me ambientar, saber como funcionava os bilhetes de metro e ônibus entre outras coisas. A um quarteirão do hotel encontrei um “Burguer’s King”, parei e comi um lanche, depois fui até uma estação de metro e aprendi a comprar bilhete em máquinas eletrônicas, muito fácil, ainda mais porque tinha na versão em espanhol. Em Roma a sistemática dentro do ônibus é parecida com a de Florença e Veneza, com uma pequena diferença: o bilhete entra na máquina por completo, é validado e devolvido. Passei no supermercado e comprei biscoitos, água, salgadinho e bombons. Já no hotel, assisti TV até pegar no sono, o que impressiona é o alto número de programas de perguntas e respostas, no melhor estilo “Show do Milhão” que tem na Itália, já havia lido que esse tipo de programa faz sucesso, só não imaginava o quanto. Ainda assisti dois filmes com Steven Martin, que passou em sequencia na TV a cabo: 12 é demais 1 e 2.

Quarto do hotel em Roma

03/12 (sexta-feira) – Dia de conhecer o Vaticano

Praça São Pedro
Bom, nunca pensei que fosse tão fácil e simples andar em Roma, ainda mais se tratando de uma cidade com tantos atrativos externos, praças, igrejas, monumentos, ou seja, um verdadeiro museu a céu aberto. Peguei o ônibus e em pouco mais de vinte minutos já estava na Piazza San Pietro (Praça de São Pedro). O que me causou a maior estranheza de todas foi o fato do lugar estar VAZIO, isso mesmo completamente vazio, tanto que não peguei fila para nada. Na fila para o detector de metais, onde geralmente aglomeram longas e intermináveis filas, havia dois funcionários da segurança batendo papo; em conversas com amigos, eu já havia ido com o espírito preparado para esperar horas para acessar a parte interna da basílica. Fotografei de diversas formas e a entrada se aproximava. Finalmente entrei na Basílica de São Pedro, o lugar é suntuoso, sagrado, onipotente, de uma formosura inigualável, o maior edifício da religião católica do mundo. Não sabia para onde olhar, onde fotografar, além do mais, estava totalmente hipnotizado. Havia uma sala, que só poderia acessar pagando, que guardava os tesouros e relíquias do papa, lá não era possível fotografar, fiquei impressionado com tantas preciosidades conservadas até hoje. Em seguida fui até o museu do Vaticano, pelo tamanho, me fez lembrar o Museu do Louvre, em Paris. Apesar de ser menor, o Musei Vaticani ostenta muita riqueza, é a história da existência guardada e exposta ali, sem falar na Capela Sistina. Passei praticamente a manhã e início de tarde por lá, uma viagem ao berço da história. Lá foi um dos poucos locais em que havia muitos turistas, a maioria deles em grupos. Pude também visitar a Pinacoteca do Vaticano, repleta de obras-primas maravilhosas.

Local onde o Papa aparece para os fiéis
Saindo de lá, fui comer algo no “Cafee Vaticano”, defronte ao museu. Em seguida retornei à Praça São Pedro para fazer mais algumas fotografias, pois dia estava ótimo. Partindo dali, fui até o Castelo de Sant’Angelo, construído pelo imperador Adriano. O lugar impressiona, por causa da preservação dos monumentos, da visão da cidade quando está no topo, de todas as entradas estreitas escuras, enfim, outro ponto alto da minha visita à Roma. Já passava das 15h30 quando pensei em regressar ao Iberia Hotel, fui para o ponto e embarque no ônibus, passei por um local que me chamou a atenção, de maneira imprevista desci do ônibus e fui em direção a famosa “Piazza Del Canpidoglio”, local de onde era possível avistar o Coliseu. Comecei a tirar fotos e eis que encontro alguns brasileiros de Minas Gerais, conversamos rapidamente e em seguida uma moça me abordou e pediu que eu tirasse uma fotografia. O fiz prontamente e ela começou a puxar assunto, falava em castelhano, tratava-se da uruguaia Zafira, que estava na Itália a trabalho. Muito simpática e comunicativa, fizemos rapidamente as apresentações e falamos dos motivos que nos levaram à Itália. Já estava de saída quando ela me perguntou onde era o Coliseu, eu acenei que não era longe, como era final de tarde e eu não ia fazer mais nada naquele dia me ofereci para acompanhá-la, ela ficou muito agradecida, pois também estava sozinha na terra dos italianos. Fomos até o Coliseu numa caminhada de quinze minutos, tiramos algumas fotos e retornamos. Em agradecimento por tê-la acompanhado ela me convidou para tomar um café nas proximidades da “Piazza Del Canpidoglio”. Após, fizemos as despedidas e seguimos direções diferentes. Aquele dia havia me deixado exausto, afinal, não havia parado de caminhar um só segundo naquele dia.

Castelo de San't Angelo
Piazza Del Canpidoglio

04/12 (sábado) E o Coliseu ficou por último...


Havia reservado o penúltimo dia de viagem para conhecer o Coliseu, explorá-lo, fotografá-lo, enfim, poder fazer as coisas por lá sem pressa. Mesmo tendo conhecido externamente o Coliseu no dia anterior, ainda faltava muito para me dar por satisfeito. Já tinha uma boa noção de onde eu estava, portanto, ir a pé até o Coliseu não levava nem vinte minutos, foi o que fiz, na bela manhã de sábado. Acho que os turistas gostam de acordar tarde, pois mais uma vez o lugar estava vazio, ótimo para tirar fotos sem a presença de “intrusos” nas paisagens. Primeiramente fui conhecer o Palatino e o Forum Romano, ou as ruínas dele, por assim dizer. É um parque enorme, cheio de ruínas, mas muito bem cuidado, fotografei de diversas formas como vocês poderão ver nas fotos. Feito isso, fui ao Coliseu, que já estava abarrotado de longas filas, porém, como havia comprado o meu ticket no Palatino, ganhei um tempo precioso e não peguei fila para entrar. O Coliseu estava lotado, pessoas em todas as partes, dessa vez não foi possível tirar fotos “exclusivas”, sempre aparecendo algum “robert” (risos). Poderei dizer que entrei no maior monumento de Roma atualmente existente, o local onde os gladiadores lutavam até a morte com feras selvagens. No próprio Coliseu tem a loja “oficial”, onde pude comprar algumas lembranças para alguns amigos e familiares.

Ruínas do Fórum Romano
Palatino
Na saída do Coliseu, fotografei o Arco de Constantino, que também está bem conservado até hoje. Uma pequena observação, além dos vendedores ambulantes, que tem em todo lugar, lá também havia homens fantasiados de gladiadores que cobravam por foto tirada com eles. Depois do que eu passei em Buenos Aires em 2008, passei bem longe dessas figuras. O tempo havia dado uma virada, começou a chover, tive que regressar ao hotel para guardar os presentes. Porém quando sai a chuva já havia passado, fui até a Praça Quirinale, no final da rua onde eu estava hospedado, em seguida me “perdi” nas vielas e estreitas ruas à procura da Fontana di Trevi, quando finalmente encontrei, estava lotada de turistas, reza a lenda que temos que fazer um pedido, virar de costas e atirarmos duas moedas e, que quando retornarmos a Roma o nosso desejo será realizado. Conheci o lendário Pantheon, templo pagão e um dos mais preservados da História Antiga, que atualmente passa por reformas, mas aberto ao público (gratuitamente). Ainda deu tempo para conhecer a “Piazza Navona”, conhecida pelo comércio, com atrativos para crianças, carrossel, doces, entre outras coisas. Nisso, já eram mais de 16h00 e eu ainda não havia parado para comer. Retornei ao hotel, guardei minhas coisas e fui lanchar novamente no Burguer’s King.

No interior do Coliseu
Para evitar qualquer imprevisto, fui até a Estação Termini verificar horários de partidas para o aeroporto, formas de comprar o bilhete etc. Obtive todas as informações e retornei ao hotel. Estava passando o filme “Grand Torino”, de Clint Eastwood, o filme é comovente. Peguei no sono e quando acordei já era dia de partir. Não precisei utilizar o metro em Roma, visto que tudo o que tinha em mente, pude fazer de ônibus ou a pé, ficará para uma próxima oportunidade conhecer o metro italiano.

05/12 (domingo) A despedida da Itália

O meu voo para Madrid estava programado para as 15h00, mas para não correr riscos de atrasos, visto as nevascas e chuvas que estava acontecendo em outras regiões da Itália, cheguei ao aeroporto Fiumicino (FCO) por volta das 11h00. Fiz o check-in, aliás, me fez lembrar o Brasil, pelo tamanho da fila. Embarquei pontualmente às 15h00 com destino a Madrid, e assim a bela Itália ficava para trás; desembarquei na capital espanhola por volta das 17h30. Eu teria uma desvantagem e uma vantagem. O ruim era que eu teria de esperar até 00h25 para a minha conexão e o lado bom era que eu poderia tirar muitas fotos daquele grandioso lugar e conhecê-lo melhor, pois assim não teria dificuldades em visitas futuras. Para ajudar a passar o tempo utilizei um terminal de internet, cujo pagamento era feito por moedas ou cartão de crédito. Estava querendo saber das notícias do campeonato brasileiro de futebol, pois era o último jogo, e posso dizer que sendo paulistano fiquei contente com o resultado final (risos). O aeroporto estava vazio, porém, havia o boato de que a companhia aérea Iberia (a que eu aguardava) estava em greve, mas para minha tranqüilidade o voo estava confirmado. Pelo painel eletrônico, vi que a maioria das partidas para a América era após as 23h00, por isso havia pouca gente lá naquele momento. Aos poucos o aeroporto foi ganhando a presença das pessoas, cada uma procurando o seu local de embarque. O meu voo era o único naquele dia com destino a São Paulo, tanto que havia uma extensa lista de espera, pelo menos o meu assento estava garantido. Estava onze horas de retornar ao Brasil, ao meu lado sentou um senhor muito simpático, o seu Pedro, que já viajou para a Europa dezenas de vezes em visita ao filho que mora na Inglaterra, ele me contou ótimas histórias e me deu várias dicas. A viagem transcorreu muito mais rápido, sem contar de dormi das 00h00 às 06h00 (isso também contribuiu – risos).

Voltando para casa
Desembarquei na manhã do dia 06/12/10 (segunda-feira), com duas saudades na bagagem: da minha família, por eu ter ficado ausente por quase duas semanas e pela lembrança da Itália, um lugar inesquecível, que ainda há muito a ser explorado. Como vi certa vez num site: a Itália não é um país para uma viagem apenas.
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Agradecimentos especiais:

- Roberta Rosas, Douglas e Gabriela, da academia Olímpia (Bodytech), por terem contribuído sobremaneira na minha recuperação;
- Emerson Bisan – o meu treinador, da Nova Equipe Assessoria Esportiva;
- Aos amigos Elizeu, Iberê, Rodrigo, Marco Aurélio e Fernando, pelas dicas precisas sobre o país;
- Ao amigo Alexandre, que me alertou a não ficar vislumbrado com o Aeroporto de Barajas, para não correr o risco de perder o voo;
- A todos que acompanharam as minhas atualizações no Facebook durante esse período no exterior.
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Maiores informações: www.firenzemarathon.com
No próximo post colocarei vídeos e algumas fotos que comprei do site oficial da maratona.

7 comentários:

  1. Viagem fantástica, corrida sensacional!!!
    Parece até q estamos com vc nesses lugares...Parabéns mais uma vez meu amigo, pelo relato maravilhoso e pela superação!!!

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  2. Grande Daniel!
    Voltou de uma contusão e já foi encarar uma maratona fora do país. Isto é coisa para poucos!
    Você é fera!
    Muito legal ver que aproveitou a viagem!
    O ruim é voltar para a realidade aqui do nosso país, né?
    Mas vamo que vamo meu amigo!

    Abraços!

    Márcio

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  3. Oi Daniel, parabéns por seu relato, parabéns por mais uma maratona! E saiba que admiro muito você por demonstrar com muita sinceridade o quanto a corrida é importante em sua vida e que através dela você está conhecendo lugares maravilhosos!
    Parabéns por todas conquistas e aproveite todas oportunidades que aparecerem! É isso que vale a pena em nossas vidas, momentos que ficam guardados para sempre!
    Um grande abraço e um excelente final de ano para você e toda sua família!

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  4. Daniel,
    Parabéns por mais uma maratona no currículo e pela espetacular viagem. Nunca tinha pensado em ir para a Itália, mas agora, depois desse relato, ela está na minha lista.
    Grande abraço e Feliz Natal!
    Gilmar
    http://fotocorridagilmar.blogspot.com/

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    ---ooO--(_)--Ooo-
    Po Daniel que viagem e maratona espetacular que vc fez hein, nunca fiz uma corrida fora do Brasil o dia que for correr e se for essa maratona com certeza eu irei retornar aqui para pegar todas a dicas de novo...Parabéns cara que legal a calça invés da camiseta, linda a medalha é isso aeee.
    Espero que vc tenha tido com sua família um bom natal, lhe desejo um FELIZ 2011 com muita saúde e correndo muitos Kms.

    Um abraço,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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  6. Oi, daniel! Somente agora, stou terminando de ler o seu relato sobre a Italia! Rsrrs. Sei bem o que é terminar uma maratona e o corpo começar a tremer de frio! Kkkk. Banho de banheira é bom porque aquece, mas tem gente que prefere mergulhar em gelo!
    parabéns pela viagem e pela maratona! Um excelente 2011 pra vc!

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  7. Oi Daniel,

    como prometido vim conferir seu relato sobre Florença na Maratona.
    Primeiro de tudo, foi coincidência ou você me conheceu de alguma forma através do Deep? Eu tbm faço na Body Tech da Vila Olímpia com a Roberta.. hehehehe

    E morri de de inveja de você que pegou a Acque Alta em Veneza!!! Meu marido já viu também e eu sou louca pra passar por aquela experiência doida de andar por cima de "pontes adaptadas" à situação! Adorei!

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