quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Corrida dos Eucaliptos - mais um percurso revelado!


...dos mesmos criadores de Igaratá 23, Guaranis Race e OffMap...

Fala galera, a Corrida dos Eucaliptos bem que poderia ser considerada uma extensão da OFFMAP, isso porque reunia os requisitos essenciais de uma prova diferente: evento inédito, local remoto, percurso totalmente “off road”, estradas de serviço com ladeiras até então praticadas apenas por tratores e caminhões. Dessa vez os organizadores não guardaram segredo e desde muito cedo já conhecíamos o “esqueleto” da prova. No entanto, uma coisa permaneceu intacta: a intensidade, isso não tinha como ser descrito, era preciso que cada um fosse à campo tirar suas próprias impressões. Ainda na OFFMAP o Renato Cavallieri me alertou: “Se prepara, a prova é dura”. Sem responder, pensei: “quanto pior, melhor”.

O cenário (foto por Ximena Trujillo)
O evento estava marcado para o dia 19/10/14, um domingo com “forte” concorrência, já que simultaneamente ocorreria a Maratona Internacional de São Paulo (e as provas menores agregadas). As inscrições custaram inicialmente R$ 120,00 para a distância maior de 21Km e R$ 77,00 para o trecho reduzido de 7Km. Esses valores sofreram reajustes na medida em que o evento se aproximava (venda por lotes). Sobre o local escolhido: a Fazenda Santa Branca, cerca de 100Km de São Paulo, propriedade do Grupo Votorantim, numa área de aproximadamente novecentos hectares. Pouca gente se deu conta da altimetria da prova: elevações acima de 900 metros.

Paisagem incrível (foto por Ximena Trujillo)
Recebi o kit de participação com o aviso prévio da organização, que, dias antes, soltou uma nota dizendo que a sacolinha e a camiseta apresentavam qualidade inferior à que fora acordado com a empresa contratada. A camiseta me agradou (leve, boa para treinar), já a sacolinha deixou a desejar (o simples manuseio é o suficiente para certificar a limitação do material). Número de peito, chip descartável, alfinetes, um sachê em pó de carboidrato e um squeeze fizeram parte do kit. Um passo importante da organização: opção de retirada do kit em São Paulo (quarta e quinta-feira), em Santa Branca (no sábado) e na arena do evento momentos ates da prova (isso abrange as necessidades de cada um).

Estrada de terra (foto por Ximena Trujillo)
Mas nem tudo é um “céu de brigadeiro”, faço uso deste espaço para criticar a postura da mesma organização que, desde o início deixou registrado no regulamento que não estava previsto o serviço de guarda-volumes. Não entrarei em detalhes, mas penso que é um serviço essencial, já que muitos não possuem transporte próprio, dificultando a participação no evento, ainda mais se considerarmos o acesso ao local e todas as peculiaridades que envolvem tal logística. Seria o mesmo que colocar, em outras palavras, o seguinte informe: “só é possível participar do evento aqueles que possuírem automóvel, não existe outro meio de guardar os seus pertences, já que a organização não oferecerá espaço para esse fim”. É lógico que estou sendo irônico, o Renato Cavallieri, um dos organizadores, de maneira muito solicita e educada, prometeu incluir o assunto na pauta de prioridades, visando os próximos eventos.

Essa é a Karina (doida) - amiga que topa qualquer parada! (de corrida!!!)
Vamos falar de corrida? O horário de verão surrupiou uma hora do meu sono, mero detalhe para quem estava sem sono por causa da ansiedade (não pela corrida apenas, mas para não perder a hora – risos). Fui de carona com a Maria Lúcia (popularmente conhecia como Malú), e mais três amigos dela, que conheci no dia (todos gente boníssima). Chegamos ao centro de Santa Branca antes das 08h00 (largada prometida para às 09h00). Na cidade, uma movimentação incomum para o local, todos corredores, que estavam meio “perdidos”. Paramos numa padaria, comprei um Gatorade, conversamos com várias pessoas e seguimos viagem. Não demorou muito até encontrarmos um “desvio” na rodovia indicando uma estrada rural com a seguinte faixa: “Corrida dos Eucaliptos, seguir à direita”.

Tudo começou aqui
Um calor insuportável, não sei quantos graus os termômetros registravam, só sei que seria uma corrida sofrível. Estava seco demais, a falta de chuva não era privilégio só da capital paulista, havia atingido níveis expressivos ao longo do estado de São Paulo. Para piorar, só o atraso na largada. Muitas pessoas não haviam retirado o kit, enquanto que outras eram surpreendidas ao saber que não havia guarda-volumes. Lá pelas tantas, alguém, de forma aleatória, estava guardando os volumes num galpão próximo, que foi adaptado para guardar os pertences dos corredores (tudo de improviso). Pois bem, aquele sol estava judiando a galera, todo mundo procurando se abrigar na sombra. Muitas pessoas estavam “estreando” nas corridas de montanha, comprovando o grande crescimento dessa modalidade de corridas.

Antes da prova
Antes da prova, encontrei os grandes amigos Pedro, Jorge e o Toninho, além de umas “caras” conhecidas (que conhecia de vista de outros 'carnavais'). Lá pelas 09h30 (ou mais) foi dada a largada dos 21K (os corredores da distância menor sairiam quinze minutos depois). Corri com uma cinta de hidratação simples, de uma garrafa, já que ao longo do percurso haveria abastecimento de água. Ao som de AC/DC iniciei a minha prova de maneira conservadora, estudando os primeiros quilômetros. Vi uma galera disparar em ritmo intenso, me segurei para não agir com o mesmo impulso. Logo de cara uma subida tipo “parede”, eram poucos os que arriscavam correr, o mais sensato seria caminhar (não pensei duas vezes e caminhei, mesmo com aquela “explosão de adrenalina” inicial).

Logo na largada
Foi um sobe e desce intenso, eram subidas que testavam a concentração de qualquer um, as descidas eram irregulares, com pedras soltas, misturado com cascalho. Os eucaliptos eram um espetáculo à parte: oferecia sua sombra contra os malévolos raios solares e instigava a curiosidade dos atletas por suas trilhas pouco exploradas. A empresa responsável pela cobertura fotográfica foi a Atmosfera Foto, dois dos seus fotógrafos se alternavam em alguns pontos do percurso. Não havia marcação de quilômetro, tentava me guiar pelos postos de hidratação (quilômetros 4, 6, 11 e 17). A água vinha direto de galões, enchi minha garrafinha umas três vezes. A “minha” prova seguia sem sustos, a paciência me presenteou com ultrapassagens “naturais”, sem forçar, o meu ritmo constante contrastava com a irregularidade de alguns, tanto que superei alguns em momentos de caminhada (nas longas subidas).

Cascalho
Muitas subidas (essa foi leve perto das outras)
Perto do final, uma estrada aberta (terra batida) deflagrou o meu cansaço, foi o único momento em que senti desconforto, de certo modo comemorei, pois se tivesse imprimido um ritmo forte desde o início, teria sentido aquela fadiga muito antes. Mas não esmoreci, o calor judiava cada vez mais, naquela hora a sensação era de uns oitenta graus (exagero justificado, já estava tendo alucinações – risos). Por sorte, o final estava bem próximo, completei com o tempo de 1h55min. Alguns corredores atestaram que a prova teve pouco mais de 19Km, não sei ao certo, fato é que, independente disso, o grau de dificuldade do percurso, somado à temperatura e o esforço empregado, deu a nítida sensação de uma prova bem mais longa. Senti falta dos “drones” captando fotos do alto.

Garantindo a foto
Final complicado
Recebi a medalha de participação, uma sacolinha com frutas e um pacotinho “cover” de club social, além de água de coco servido no copo. Houve a cerimônia de premiação geral e faixa etária para as duas distâncias. Apenas para melhor ilustrar, alguns números do evento: aproximadamente 870 corredores, sendo mais de 630 inscritos nos 7Km e pouco mais de 230 inscritos nos 21Km. Fiquei na 37ª posição na classificação geral, o que de certa forma me surpreendeu (mesmo sob forte calor, consegui manter um bom ritmo). Muitos me perguntam se eu corro com tênis específico de trilha ou com algum equipamento especial, para essa prova de 21K, me equipei da seguinte forma: uma cinta de hidratação com uma garrafa de 500ml, meia de compressão, calção e camiseta normais de treino, dois sachês de gel carboidrato (usei apenas um na prova), tênis de asfalto New Balance 1080V2.

Metros finais
Linha de chegada
Retornei à São Paulo em companhia da minha amiga Karina Teixeira (que havia conhecido na OFFMAP), no caminho muitas risadas das nossas idiotices, o que era para ser um almoço com a galera num restaurante em Santa Branca, acabou terminando num lanche no Burger King na Alameda Santos, em São Paulo (elogio a astúcia da Karina em conseguir duas casquinhas grátis – risos). Confesso que preferia um almoço daqueles com bastante carne, arroz, feijão e cerveja, mas o calor inibia o meu apetite (não à toa foi um dos dias mais quentes das últimas décadas). A Karina também estava meio “borocoxô” por causa de tanta água de coco que havia tomado, enfim, o almoço coletivo ficará para uma próxima vez. Nota da produção: teve corrida feminina de 5K do Mac Donald’s no dia e eu fazendo a Karina “protestar” comendo no BK (risos).

Cansaço e prazer
Já em casa, fiquei sabendo que a Maratona de São Paulo também teve problemas (com água, para variar), apesar de muitas adversidades, muitos amigos correram e, de maneira heroica, completaram os 42Km (parabenizo especialmente a Ana Paula e a Edna Miranda). Já ia esquecendo, a Karina pegou pódio na faixa etária dos 7Km (2° lugar). Ausências sentidas: Andreia Sekine (ganharia fácil os 21K) e a papa-léguas de saias Clausen Colins. De forma geral, foi um evento muito positivo, os erros servem de alerta para que não ocorra na próxima edição, isso mesmo, o Rafael Zobaran garantiu a realização da 2ª Corrida dos Eucaliptos, em 2015 (detalhe, o cara sofre, tudo para garantir o êxito e a satisfação da galera). Outro ponto a ser mencionado: o percurso foi muito bem sinalizado, não havia como se perder ou errar o caminho.

Medalha
Site oficial do evento: http://www.xcountry.com.br/

De todas as músicas que me acompanharam na prova, segue uma que me inspirou e resume bem a sensação de correr na Floresta dos Eucaliptos:

AC/DC – Rock N’ Roll Train

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Next Stage: Corrida Cross Country Clube Campestre Jaraguá (10Km) - 26/10/14

2 comentários:

  1. Nossa. .esse dia 19/10 em SP foi sofrido mesmo. .soube de uma galera que correr por aí. .
    que prova linda..terreno muito legal!
    Parabéns pela prova e sua estratégia pensada. E eu comeria tb um pratao de arroz c feijao, mas despensaria a bera! RS
    Um abx

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  2. Parabéns pela prova! Adorei seu blog! To seguindo =D beijão Luli Cox

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