sábado, 3 de março de 2012

Copa Paulista de Corridas de Montanha – 2ª etapa – São Sebastião/SP

Calor e muitos obstáculos em São Sebastião (26/02/12)

Olá amigos, ainda estamos no verão e o calor resolveu atingir os índices mais altos desde o início do ano, parece que cada dia esquenta mais e as chuvas (poucas por sinal) não estão conseguindo “apagar o incêndio” (risos). Para escrever o presente texto, estou acompanhado de um aparelho de ar condicionado ajustado no seu grau máximo de capacidade de resfriamento. Pois bem, a 2ª etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha teve como destino a cidade de São Sebastião, região conhecida pelas belíssimas praias, além de muitas paisagens naturais. A prova estava confirmada para o dia 26/02/12, com largada prevista para as 07h00 (visto a mudança do horário de verão justamente no final de semana do evento).
Concentração do evento (fonte: Autor)
Utilizei a semana que antecedeu a prova apenas para treinos “indoor”, dei um enfoque para a musculação e a natação. A exemplo de Mairiporã (ocasião da 1ª etapa) tinha planos de seguir para o local do evento na véspera, por questões de logística. Os meus planos mudaram quando recebi o convite do meu amigo Jorge para me hospedar na casa dele, em Mogi das Cruzes. Vale lembrar que a distância de Mogi das Cruzes e São Sebastião é de aproximadamente uma hora e quarenta minutos de carro numa velocidade a 100Km/h. Cheguei a casa do Jorge por volta das 22h30, levando em conta que, por força da alteração do horário de verão, poderia considerar-se uma hora a menos. Para chegar lá foi uma verdadeira “odisséia”, não pela condição dos trens e metrôs (que estão muito bons por sinal), mas pela distância propriamente dita.
Muito calor em Boiçucanga (fonte: Autor)
O relógio estava programado para acionar o alarme às 04h00, sendo que esperaríamos o Toninho, amigo do Jorge, que participa há vários anos das corridas de montanha. Partimos de Mogi das Cruzes às 04h50. Apesar das dicas do Jorge e também pelas informações obtidas nos anos anteriores, ainda não tinha plena convicção das dificuldades que estavam por vir. A verdade é que eu estava “pilhado” (termo vulgar para “animado”), ainda mais pelas constantes trocas de informações com a minha mais nova amiga Vivian, que já estava em São Sebastião desde sexta-feira (24/02). Ainda no deslocamento, consegui dormir um pouco, a fim de preservar as energias. Chegamos à praia de Boiçucanga às 06h30, tempo suficiente para a retirada do kit e troca de roupas.
Pórtico de largada/chegada (fonte: Autor)
A praia estava muito bonita, vazia, o céu azul, sem nuvens, contribuía para embelezar ainda mais a paisagem. Os termômetros registravam 25ºC (mal havia amanhecido) e os corredores já estavam posicionados para o início da prova. O kit parecia uma cópia do entregue para a prova de Mairiporã: camiseta na cor azul, chip, número de peito, uma revista Outside e a famosa canequinha de hidratação, mais nova integrante das corridas de montanha. Pelas imagens da edição anterior, resolvi não correr portando câmera fotográfica, devido às “limitações” do percurso em determinados momentos (risos). Não quis arriscar, portanto, boa parte do registro seria por escrito mesmo.
Trecho do rio (fonte: Corridas de Montanha) 
A largada aconteceu pontualmente às 07h00, com os corredores das modalidades LONGO (12Km) e CURTO (9Km) seguindo pela praia de areia fofa em direção às florestas, trilhas e demais atrativos (obstáculos) que estavam à nossa espera. Pouco mais de dois quilômetros percorridos e já pela frente o primeiro rio a ser cruzado, apesar de ser raso e curto, os pés já estavam encharcados logo de cara e seria um incômodo para a seqüenciada prova. Após, segui por uma trilha fechada, mas de fácil deslocamento até desembocar no grande desafio da primeira metade da prova: um rio com aproximadamente 300 metros de comprimento, com a água no nível do tórax. Pelo calor que estava, foi divertido “caminhar” por ali (era a única coisa possível, mesmo tendo algumas pessoas que literalmente mergulharam e iam cruzando o trecho nas “braçadas”), sem dúvida um dos melhores momentos da corrida. Segui com o desafio de levar comigo a caneca, já que nos postos de hidratação não haveria distribuição de água em copos.


Vídeo oficial da prova:



Após cruzar o rio, o percurso se tornou uma verdadeira rampa, onde a corrida “verticalizou-se” por completo, impossível de correr, o jeito era caminhar, por trechos de terra batida e trilhas fechadas e escorregadias. Nesse momento encontrei o Jorge, que estava a duras penas subindo, porém, concentrado. Dali por diante, usei a “tática”do indiano, deixei o corredor que estava a frente ir ditando o ritmo, isso não me atrapalhou, pois não fui ultrapassado, e foi o suficiente para recarregar um pouco as energias. Ao cruzar o quilômetro sete, percebi a utilidade da caneca, pois o posto de hidratação que apareceu na sequencia auxiliou muito os corredores naquele momento, sendo capital para o restante da prova. O posto de água estava na metade da subida, ainda tinha muito que percorrer até chegarmos no tão esperado oleoduto.
O que restou após a prova (fonte: Autor)
Ao chegar ao cume, um remorso misturado com cansaço e satisfação tomou conta dos meus pensamentos, pois atingimos um “claro” no pico, onde foi possível ver a praia de Boiçucanga no horizonte, fazendo uma paisagem indescritível a letra do presente relato. Realmente a câmera fotográfica fez muita falta naquele momento. A descida foi um desafio à parte, era uma espécie de rampa ao contrário, para fazer aquilo de forma rápida era necessário estar com os quadríceps e os joelhos bem condicionados, no meu caso, consegui descer e não sentir dores. Nesse momento fui ultrapassado por uns três ou quatro corredores, realmente a descida não é um ponto forte na minha corrida. O destaque ficou para o Naval Freitas, que estava num ponto do trecho filmando a galera descendo, vídeo que foi postado no Youtube e será mostrado aqui no blog.

Vídeo feito pelo Naval Freitas:



Considerei a prova um tanto rápida, apesar das dificuldades, tanto que após a descida do oleoduto, o final da prova foi pelo mesmo local por onde ocorreu a largada: a orla da praia. O calor consumia ainda mais as energias, acredito que a sensação térmica naquele momento já devia ter ultrapassado os 40ªC. O final foi pela areia fofa, porém, para evitar um desgaste maior, optei por correr bem próximo do alcance das ondas, não me importei quando a água atingia os meus pés, afinal, corri praticamente a prova inteira com os tênis encharcado. Já era possível escutar o locutor anunciando os concluintes, a praia estava bem movimentada em relação à largada. Finalizei com o tempo de 1h16min42seg, cansado mais pela temperatura do que pelo ritmo de prova. Retirei a medalha (segunda parte que futuramente formará uma mandala). O calor estava tão intenso que foi difícil encontrar um local com sombra para descansar, acredito que deva ter perdido mais de um quilo na prova de tanto que eu transpirei (risos). Um ponto alto da organização foi disponibilizar rapidamente os resultados tão logo os corredores iam concluindo a prova.
Eu e o Jorge (fonte: Autor)

Eu e os irmãos Jackson e Anderson Senigalia (fonte: Autor)
Aos poucos a concentração do evento foi ganhando a presença dos atletas (verdadeiros guerreiros!) e aproveitei para tirar algumas fotografias. Encontrei os irmãos Jackson e Anderson Senigalia, a Vivian, a Lilian e o Marcelo Jacoto. Com relação a logística da prova, foi um verdadeiro incomodo correr com a caneca na mão, porém, caso não a tivesse levado ou mesmo desfeito dela durante o percurso, teria feito muita falta. Só não gostei de não ter copo descartável ao final da prova, fato que não tem justificativa, só me resta acreditar num lapso da organização, pois não se trata de um local que prejudica o meio ambiente (eu nem precisava dizer isso de tão óbvio que é!). Outra questão que tenho debatido é o fato da organização ter efetuado a fusão de duas categorias (18-25 e 25-29) tornando a competição muito desigual com o atual formato 18-29 anos. Enviei um email aos organizadores, fui cordialmente respondido, mas ainda não estou satisfeito com o curso dos acontecimentos, como consumidor, me sinto muito prejudicado com as regras vigentes.
Eu e a Vivian (fonte: Autor)
Eu e o Marcelo Jacoto (fonte: Autor)
Utilizo o espaço para parabenizar o meu amigo Jorge, que ficou na 3ª posição na categoria 45-49 anos, subindo mais uma vez ao pódio (1h14min). O grande destaque ficou para a minha amiga Vivian, que garantiu a 5ª colocação geral e venceu na categoria 30-34 anos com o tempo de 1h22min. Retornei a Mogi das Cruzes, de onde pegaria o trem com destino à academia Bodytech, o calor não dava trégua. Permaneci no SPA da academia por cerca de três horas, intercalados entre descanso, sauna e piscina de hidromassagem. Ainda consegui assistir o final do eletrizante jogo entre o meu tricolor que empatou por 3x3 com o Palmeiras, até finalmente chegar em casa e encerrar o agitado domingo.
Eu e a Lilian (fonte: Autor)
Medalha (fonte: Autor)
Uma pausa nas provas de montanha, pois a 3ª etapa será no dia 24/03 em Paranapiacaba. Antes disso, estarei nos 10Km do Circuito das Estações – etapa outono, que será no dia 11/03. 

4 comentários:

  1. Oi Daniel,
    Parabéns por mais uma etapa conquistada deste circuito tão difícil e técnico!
    Bons treinos!!

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  2. Dan, essa foi uma aventura e tanto hein? Não só pelo deslocamento até o local (São Sebastião), mas principalmente pela prova que pelo seu relato, foi diversificado, areia, terra, água, subida, descida...ufa!!! Parabéns, mais uma para sua mandala!!! Bjsss

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  3. Dan, vou ter q fazer outro comentário, desculpe, mas....agora ficou muiiiiiito legal!!!! Estamos no clima do verão!!!! Adorei!

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  4. Caramba, que prova punk! E pelo jeito, teve muita gente da nossa equipe também! Só fiquei sabendo da Selma Benia que pegou o primeiro lugar na geral. A menina é fera!
    Parabéns pela determinação em participar de uma prova tão difícil! E foi um prazer revê-lo ontem no treino (por um segundo, rs).

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