Olá pessoal, iniciando uma nova fase em meu blog, com
assuntos relacionados a livros, onde falarei a respeito das minhas últimas
leituras, sem perder de vista os tradicionais relatos das corridas que
participei. Cheguei à conclusão que ler não é uma tarefa fácil. O que você
espera de uma leitura? Informação, conhecimento? Sim, a leitura permite
descobrir coisas das quais não sabemos ou reafirmarmos algo que já aprendemos
em algum momento da vida. Mas para a leitura ser produtiva é necessário que
algumas coisas funcionem ao mesmo tempo: silêncio no ambiente, evitar
interrupções constantes, estar descansado, não fazer da leitura um ato
obrigatório, e por aí vai. Tenho uma facilidade de poucos: consigo ler quando
estou em transporte público, ou seja, a soma de veículo em movimento mais a
densidade de várias pessoas ao redor. Aprendi a me concentrar, se bem que nem
sempre isso acontece, afinal, nem tudo é perfeito.
O livro que trago ao conhecimento dos senhores é o
romance de ficção policial e de mistério “ANOITECE NO IRAQUE – Projeto Brainwashing”,
do espanhol José María Fernández-Luna Martinez. Mas não se enganem, ele utiliza
o pseudônimo de Patrick Ericson, por motivos que até o momento desconheço por
completo. A história baseia-se nos acontecimentos imediatamente após os
atentados do 11 de setembro de 2001, em que dois aviões foram de encontro com
as torres do “World Trade Center”, situada em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A
organização fundamentalista islâmica al-Qaeda, que abriga os terroristas mais
procurados do planeta, reivindicou a autoria dos atentados. Logo em seguida, os
Estados Unidos, sob a bandeira do combate ao terror, invadiram o Afeganistão e
o Iraque, com a justificativa de conter o avanço das células terroristas, bem
como desatinar as possíveis armas de destruição em massa (químicas e
biológicas) que esses países poderiam guardar, o que colocaria o planeta em
total perigo.
A história cerca o tenente americano Jack Parsons,
atormentado pela morte da esposa (grávida), que trabalhava numa das Torres
Gêmeas, quando ocorreu o atentado. Buscando vingança, acaba descobrindo uma
história de conspiração, na qual aponta alguns líderes americanos (juntamente
com os britânicos) como os verdadeiros autores daquele ato de terrorismo que
abalou o mundo em 2001. Já no Iraque, compondo a primeira força de coalização a
entrar no devastado país, Jack chega bem próximo de apoderar-se dos documentos
comprobatórios que revelam em detalhes um esquema fabricado de propagação do
terror, com a finalidade de reduzir a população mundial e com isso criar-se um
novo modelo de governo unificado no planeta, baseado na opressão e no
autoritarismo (o tal Projeto Brainwashing). Porém, o oficial é ferido
gravemente e acaba sendo obrigado a retornar aos Estados Unidos, como prega a
doutrina de guerra.
Não ficou bem claro o que de fato ocorre com os feridos
nas batalhas, isso quando se recuperam sem sequelas, já que no período em que ele
se encontra hospitalizado, a deferência empregada pelo autor passa a tratar
Jack Parsons como “ex-tenente” do Exército americano. Parsons tem dois
familiares próximos, o pai, Howard, um coronel aposentado, e seu irmão Fred,
advogado. Por intermédio do pai, Jack consegue voltar ao Iraque, mas na
condição de mercenário pela empresa de segurança privada Blackwater. Lá entra
em contato com a curadora do Museu Arqueólógico de Bagdá, encarregada de negociar
o contundente dossiê, em troca de uma alta soma de dólares e passaportes para
retirar do país a esposa e filhos do seu ex-amante e funcionário do museu (assassinado
meses antes), além da irmã dele e seus respectivos filhos, que pretendiam
seguir vida na Jordânia.
O Iraque está um caos completo, milhares de pessoas
morrendo, bombardeios de toda sorte, uma guerra civil sem fronteiras, onde o
vácuo de poder deixado pelos americanos após a prisão do líder Saddam Hussein,
é o terreno fértil para a proliferação de células radicais e outros
insurgentes, determinados a morrer em prol das mais diversas causas. Paralelo
ao isso, há os conflitos de interesses entre as grandes potências, uma
verdadeira busca sem precedentes pelos documentos secretos, seja por parte dos
órgãos de inteligência dos Estados Unidos (que viam um risco caso o conteúdo
desses – desconhecidos na essência – fossem revelados), seja pelo interesse dos
europeus, mais especificamente dos britânicos, em não perder de vista cada
movimento dos americanos. Enfim, é um prato cheio para quem gosta de histórias
que chacoalham o planeta.
Dados:
Nome:
ANOITECE NO IRAQUE
Autor:
Patrick Ericson
Editora:
Geração Editorial
Ano:
2012
Tradução:
Mirían Ibañez
Páginas:
469
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Você é um privilegiado, ler é viver fantasias é apender o que não podemos aprender no cotidiano. e ah você também é persistente, afinal ir até o fim de um livro mal traduzido, parabéns!!!
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